O vice-premiê e ministro dos Transportes da Itália, Matteo Salvini, pediu a demissão do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, se não “se retratar ou pedir desculpa” após a proposta de que os países da aliança permitam que a Ucrânia utilize armas doadas pelo Ocidente contra a Rússia.
“Porque falar de guerra, falar de usar as bombas ou os mísseis ou armas italianas que enviamos à Ucrânia para se defender no seu território em vez de lutar, atacar e matar fora do seu território, não o pode fazer em meu nome, em nome da Liga ou em nome do povo italiano”, declarou ele.
O líder do partido ultranacionalista destacou que é necessário “defender a Ucrânia atacada e temos feito isso desde o primeiro minuto, mas não estamos em guerra com ninguém”.
“Não quero deixar a Terceira Guerra Mundial às portas dos meus filhos, por isso a Otan não pode nos obrigar a matar na Rússia, nem ninguém pode obrigar-nos a enviar soldados italianos para lutar ou morrer na Ucrânia”.
Recentemente, o líder da Otan protegeu a possibilidade de a Ucrânia atacar dentro do território da Rússia no direito à autodefesa “consagrado na Carta das Nações Unidas” e garantiu que isso é “legal”, desde que sejam “objetivos militares e legítimos”.
Paralelamente, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que “são muitas declarações questionáveis” e aconselhou “maior cautela”, enfatizando que “é importante que a Otan continue a apoiar a Ucrânia para alcançar a paz”.
“Não sei por que Stoltenberg diz algo assim. Precisamos ser muito cautelosos. Concordo que a Otan deve manter a sua firmeza, não deve dar sinais de ceder. Aconselho maior cautela”, declarou ela em entrevista à Rai3