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Vice-premiê da Itália promete não recuar em reforma de cidadania

O ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, garantiu que não vai recuar da ideia de apresentar uma proposta para reformar as regras de cidadania no país, apesar da resistência dentro do governo, e criticou pessoas que desejam se tornar italianas apenas para obter o passaporte europeu.

“O tema da cidadania deve ser enfrentado em sua totalidade, não vamos dar nenhum passo atrás. É justo dar nossa opinião, e depois vamos avaliar com nossos aliados se eles estão de acordo ou não”, disse Tajani durante um fórum em Cernobbio, norte da Itália.

O chanceler já pediu para parlamentares de seu partido, o conservador Força Itália (FI), prepararem um projeto de lei para instituir o princípio do “jus scholae”, que prevê a concessão de cidadania para filhos de imigrantes que tenham nascido e vivido no país e completado pelo menos 10 anos em escolas italianas.

“Acredito que esse seja um bom modo para integrar filhos de imigrantes legalizados ou pessoas refugiadas, como os ucranianos”, destacou Tajani. Atualmente, filhos de imigrantes nascidos na Itália só podem obter cidadania ao completar 18 anos, e desde que tenham vivido no país de forma ininterrupta.

Mais tarde, em um evento político em Rimini, o ministro também criticou pessoas que “não falam uma palavra de italiano, vivem no exterior, mas querem apenas, em alguns países da América do Sul, o passaporte italiano porque é europeu, e é mais fácil para ir aos Estados Unidos”. “É preciso dar a nacionalidade a quem realmente a merece e a quer”, destacou.

Atualmente, a concessão de cidadania italiana é orientada pelo princípio do “jus sanguinis” (“direito de sangue”), que reconhece aqueles que têm antepassados do “Belpaese”, independentemente da geração. O processo de certificação pode ser feito por meio dos consulados ou em qualquer prefeitura na Itália, desde que o requerente resida no mesmo município.

O Força Itália compõe o governo com os partidos de direita Irmãos da Itália (FdI), da premiê Meloni, e Liga, do vice-premiê e ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Matteo Salvini.

Ambos são contra o “jus scholae”.

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