
A candidatura da culinária italiana a patrimônio imaterial da humanidade será discutida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no próximo mês de dezembro, durante reunião na Índia.
Antes disso, em 10 de novembro, será divulgado o parecer do órgão técnico da entidade, que poderá ser favorável à candidatura, contrário ou pedir o adiamento do debate.
“Na Índia, será avaliado não apenas o dossiê de candidatura da cozinha italiana, mas também a ideia de fundo, isto é, se a comida pode ser considerada como identidade cultural de um povo”, disse à ANSA Pier Luigi Petrillo, professor da Livre Universidade Internacional de Estudos Sociais Guido Carli (Luiss), em Roma, e autor do dossiê da Itália.
“O eventual reconhecimento da cozinha italiana como patrimônio da humanidade seria o primeiro dedicado a uma culinária de forma geral, e não a práticas individuais tradicionais”, acrescentou Petrillo, que se disse “otimista” com a candidatura formalizada em junho de 2023.
“O dossiê ilustra bem o significado cultural da cozinha italiana entendida como gesto cotidiano e mosaico de diversidade”, declarou.
A Itália já foi uma das patrocinadoras da candidatura da dieta mediterrânea, primeira prática alimentar reconhecida como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, em 2010. Desde então, segundo o professor, quase 10% dos tombamentos são ligados à comida.