A procuradora-geral Simona Di Monte pediu a prescrição do crime de corrupção do ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi em um processo por compra e venda de apoio no Parlamento.
Em primeira instância, o Tribunal de Nápoles sentenciou o ex-premier a três anos de reclusão por ter subornado senadores – com destaque para Sergio De Gregorio – para que eles deixassem a base aliada do então primeiro-ministro Romano Prodi e derrubassem seu governo, o que efetivamente aconteceu em maio de 2008.
Prodi foi sucedido por Berlusconi, com quem polarizou a política italiana durante a primeira década do século 21. O caso será discutido pela Corte de Apelação de Nápoles a partir de 18 de outubro, e a procuradora-geral reafirmou a culpa do líder conservador, mas disse que o crime, ocorrido entre 2006 e 2008, já prescreveu.
Segundo Di Monte, o ex-Cavaliere investiu milhões de euros para "comprar" senadores de centro-esquerda e derrubar Prodi. De Gregorio, que na época enfrentava dificuldades financeiras, teria aceitado o suborno e recebido 3 milhões de euros. De acordo com a denúncia, os pagamentos eram feitos pelo jornalista Valter Lavitola, ex-braço direito de Berlusconi e também condenado em primeira instância a três anos de prisão.
Aos 79 anos, o ex-primeiro-ministro da Itália está inelegível até 2019 devido a uma sentença definitiva por fraude fiscal, caso que levou à cassação do seu mandato de senador.
Por conta da condenação, ele foi obrigado a realizar um ano de serviços sociais em um asilo, pena encerrada no início de 2015.
Berlusconi também quase foi preso por causa de uma acusação de prostituição de menores e abuso de poder, mas acabou absolvido pela Corte de Cassação de Roma, e ainda responde a processo por corrupção do sistema judiciário. (Ansa)