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Tremor mais forte em 40 anos evacua casas e prisão no sul da Itália

O terremoto de magnitude 4,4 na escala Richter, o maior registrado na região nos últimos 40 anos, que abalou a província de Nápoles, na área dos Campi Flegrei, no sul da Itália, na noite da última segunda-feira (20) provocou a evacuação de residências e uma penitenciária.

Segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), a região foi afetada por mais de 160 tremores de menor intensidade – 150 das 19h51 às 0h31 e outros 15 após o enxame sísmico – que causaram cenas de pânico entre os habitantes, mas sem vítimas.

As autoridades locais receberam relatos de rachaduras em edifícios e pedaços de alvenaria caindo.

As inspeções após os terremotos também levaram à evacuação de 39 famílias de suas casas em 13 prédios em Pozzuoli.

Além disso, a Superintendente das Prisões da Campânia, Lucia Castellano, anunciou que 140 detentas da prisão feminina de Pozzuoli também serão evacuadas.

A prisão foi um dos edifícios da região que sofreu danos, com rachaduras aparecendo em alguns lugares e pedaços de alvenaria caindo. Agora, as presidiárias serão temporariamente levadas para outras cadeias da região.

As autoridades italianas montaram uma área de recepção no centro esportivo do bairro de Monterusciello, em Pozzuoli, onde 80 pessoas assustadas dormiram, enquanto muitas outras passaram a noite nos seus carros.

No entanto, muitos residentes locais queixaram-se do caos que se seguiu à atividade sísmica. “Não sei o que teria acontecido se tivesse ocorrido durante o dia e as escolas estivessem abertas”, disse um morador.

“É provável que o pânico cause mais danos do que o terremoto”, acrescentou.

A área dos Campi Flegrei, também conhecida como Campos Flégreos em inglês, é atualmente afetada pela elevação do solo e a atividade sísmica na zona vulcânica é elevada.

O Golfo de Nápoles está localizado entre o grande vulcão Vesúvio e os Campi Flegrei, uma caldeira com cerca de 20 crateras, muitas delas submarinas, chamada assim (terra em chamas) pelos antigos Gregos.

A região, onde vivem meio milhão de pessoas, passa por uma fase de ‘Bradismo’, um fenômeno que aumenta o nível do solo com base no gás e magma acumulados nas profundezas.

De acordo com o INGV, durante a crise bradissísmica de 1982-84 a elevação do solo atingiu 9 cm por mês, ultrapassando 1,3 mil eventos sísmicos por mês. Atualmente, porém, cerca de 450 ocorrências foram registradas no último mês.

Além disso, os parâmetros geoquímicos “não apresentam variações significativas em relação às tendências dos últimos meses, para além do conhecido aumento de temperatura e pressão que caracteriza o sistema hidrotérmico”.

O INGV destaca ainda que seu Observatório do Vesúvio continua as suas atividades de monitorização com o objetivo de “identificar até as mais pequenas variações para melhor definir o fenômeno atual em andamento”.

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