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STF mantém prisão e autoriza extradição imediata de integrante de máfia italiana

A 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por votação unânime, manter a prisão do italiano Nicola Assisi, de 63 anos, condenado por tráfico de drogas pela Justiça da Itália, e autorizou o imediato cumprimento da extradição do integrante da máfia italiana. Assisi foi alvo da Operação Barão Invisível, coordenada pela Polícia Federal do Paraná, após investigação internacional indicar ligação dele com o narcotráfico.

Nicola foi preso, juntamente com o filho Patrick Assisi, em julho de 2019. Eles foram localizados pela Polícia Federal em Praia Grande, no litoral paulista. Segundo apontou a PF, ambos são cidadãos italianos que integram um braço na América do Sul do grupo conhecido como Ndrangheta. A Polícia Federal afirma que o grupo mafioso é de origem da região da Calábria, no Sul da Itália, e controla cerca de 40% dos envios globais de cocaína. A defesa nega as acusações.

A decisão do STF ocorre após a defesa de Nicola Assisi tentar, desde o início da pandemia de Covid-19, substituir a prisão preventiva para domiciliar, alegando que o italiano tem problemas de saúde e está no grupo de risco por ser idoso.

Após a negativa do Supremo Tribunal Federal, um dos advogados de Assisi, Eugenio Malavasi, afirmou que a defesa já esperava a rejeição dos embargos. “Todavia, como o senhor Nicola ainda responde a uma ação penal na Justiça Federal brasileira, sem trânsito em julgado, irei postular para o desembargador federal relator que oficie o STF para que a entrega seja feita somente após o trânsito em julgado”, disse ao portal G1.

Segundo a polícia, Nicola Assisi e Patrick Assisi pertencem ao grupo mafioso Ndrangheta, da região da Calábria, no Sul da Itália. A organização é apontada como responsável por controlar aproximadamente 40% dos envios globais de cocaína à Europa, principal mercado consumidor. Eles atuavam em parceria com uma facção criminosa brasileira.

Pai e filho estavam em uma cobertura de luxo na orla do bairro Aviação, em Praia Grande. Policiais do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) cercaram a região durante a manhã da data da prisão. No apartamento, além dos ilícitos, havia um compartimento secreto localizado no fundo falso de uma parede. O local poderia também ser utilizado como rota de fuga.

Todo o material foi apreendido e levado junto com os presos a Santos, onde está a delegacia regional da PF. Nicola e Patrick eram alvos de mandados de prisão do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Representação da Polícia Federal junto à Interpol, em cooperação com a polícia italiana. Também foi feito o flagrante dos ilícitos.

Ainda de acordo com a polícia italiana, Nicola estava prestes a se aposentar do crime para aproveitar a vida em algum lugar no Brasil, onde ambos eram procurados desde 2014. A Interpol também estava atrás deles desde a ocasião. A suspeita é de que pai e filho tenham viajado utilizando documentos falsos pela América Latina nos últimos anos, antes de serem presos.

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