Em uma sessão de mais de cinco horas, 156 senadores votaram a favor da intervenção italiana, 15 se manifestaram contra e apenas um se absteve.
Na minuta da resolução apresentada diante da Câmara Alta assinada pelo Povo da Liberdade (PDL) do primeiro-ministro Silvio Berlusconi e por seu parceiro no Executivo, a Liga Norte, e que acabou incorporando algumas proposições da principal força da oposição, o Partido Democrata (PD), foram fixados nove pontos de atuação.
Entre eles, se estabelecia o compromisso por parte do Executivo de reativar, assim que as circunstâncias permitirem, os acordos bilaterais entre Itália e Líbia, em particular em matéria energética, assim como a necessidade de iniciativas para tutelar as empresas europeias que não possam cumprir seus contratos devido às sanções.
Além disso, o Executivo se comprometeu a insistir perante a União Europeia (UE) para que esta tome parte em operações de patrulha em águas do Mediterrâneo a fim de frear o fenômeno da imigração ilegal da costa do norte da África para a Europa.
Nesse ponto o Executivo de Berlusconi satisfez as exigências da Liga Norte, cuja postura na votação era uma incógnita depois que na sexta-feira passada seus parlamentares abandonaram a Comissão das Relações Exteriores e Defesa do Parlamento quando se votava uma moção a favor da proteção ao povo líbio.
Outro dos aspectos fundamentais recolhidos no texto é o do pedido por parte da Itália a seus parceiros europeus para que compartilhem os custos da gestão do desembarque de imigrantes no litoral italiano, assim como o estabelecimento de um "sistema único de asilo" para redistribuí-los entre os membros da UE.
Antes da votação, compareceram perante o plenário do Senado o ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, e o de Defesa, Ignazio La Russa, em representação ao Governo. Berlusconi não tomou parte na sessão, desatendendo a solicitação da oposição.