
Um quadro atribuído ao pintor renascentista italiano Andrea Mantegna (1431-1506) foi encontrado no Santuário de Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Pompeia, no sul do país, e será exposto nos Museus Vaticanos.
A obra retrata a deposição de Cristo da cruz e foi descoberta por Stefano De Mieri, professor de história da arte moderna na Universidade Suor Orsola Benincasa, de Nápoles.
“Descobri o quadro em julho de 2020, consultando o portal BeWeb, onde é difundido o inventário dos bens móveis das dioceses italianas”, contou De Mieri ao jornal católico Avvenire. O site exibia uma imagem de uma pintura danificada da deposição nos bens de propriedade do Santuário de Pompeia, que o estudioso conseguiu conferir de perto um ano depois.
“A obra estava muito alterada por repinturas, mas as partes menos comprometidas – o rosto de Maria Madalena em lágrimas, o fundo com uma Jerusalém celestial, a porta monumental à esquerda evocando vagamente o Arco de Tito [monumento em Roma] – eram de uma qualidade tão elevada que não poderia se tratar de uma cópia antiga”, acrescentou o professor.
O quadro foi então levado a Roma e restaurado nos laboratórios dos Museus Vaticanos, também conhecidos como “Museus do Papa”. A hipótese de De Mieri é de que a pintura fazia parte da decoração de uma capela da Basílica de San Domenico Maggiore, em Nápoles.
A “Deposição de Cristo” de Mantegna chegou a ser documentada na basílica no século 16, mas depois sumiu dos registros históricos, levantando dúvidas sobre sua existência e autoria.
“Sob extratos de repinturas, escondia-se um extraordinário material pictórico. A restauração revelou detalhes iconográficos e técnicos que confirmam a autoria de Mantegna, restituindo à história da arte uma obra-prima que acreditava-se estar perdida”, disse Barbara Jatta, diretora dos Museus Vaticanos.
Após a exposição, o quadro deve retornar ao Santuário de Pompeia, que já iniciou as obras para acolher a pintura.