A Promotoria de Milão deve ajuizar uma ação contra o presidente do Governo italiano, Silvio Berlusconi, pelo caso "Mediatrade", em que o primeiro-ministro está sendo investigado junto com outras 11 pessoas por uma suspeita de fraude fiscal e apropriação indevida.
Embora o processo ainda não tenha sido oficializado pela Promotoria, a notícia foi publicada hoje por diversos jornais italianos como o "Corriere della Sera", "La Repubblica" e "Il Sole 24 Ore".
O caso "Mediatrade" tem elementos muito parecidos com o chamado "Caso Mediaset", um dos dois processos em que o primeiro-ministro é acusado.
Neste caso, se investiga se o grupo da família Berlusconi, através da sua filial Mediatrade, comprou os direitos de filmes de um atacadista americano mediante um intermediário, Frank Agrama e sua empresa Wiltshire, para depois inflacionar os preços e permitir, com sua recompra, deixar de pagar impostos.
Além de Berlusconi são investigados o filho do líder e vice-presidente da Mediaset, Piersilvio, e o presidente da Mediaset, Fedele Confalonieri, e outras nove pessoas.
O advogado do primeiro-ministro disse hoje que se surpreendeu com a ação, pois "a esperava há muito tempo".
Após receber o pedido de ação da Promotoria, o juiz de Milão que comandará a audiência preliminar terá que marcar uma audiência para avaliar se começa um novo processo contra o presidente do Governo italiano.
Em qualquer caso – assim como nos dois processos que o líder tem pendentes – o julgamento ficará suspenso devido à lei que o Parlamento italiano aprovou no dia 10 de março e que permite que o chefe do Executivo e seus ministros não se apresentem nos tribunais alegando compromissos institucionais relacionados com seus cargos. EFE