O chefe de Governo italiano, Silvio Berlusconi, evitou fazer declarações à imprensa sobre o novo escândalo sexual em que está envolvido depois de comparecer nesta segunda-feira ante os juízes de Milão (norte) pelo chamado caso Mills, em que é acusado de suborno.
Berlusconi, que permaneceu duas horas com os juízes, evitou fazer declarações aos jornalistas que o esperavam na saída do Palácio da Justiça e se limitou a acenar para eles ao partir de carro.
Ao chegar, Berlusconi brincou com a imprensa dizendo: "Estou muito bem, vocês é que estão com uma cara horrível".
Berlusconi está de novo no olho do furacão depois da publicação neste fim de semana nos principais jornais do país de trechos de conversas comprometedoras sobre suas relações com modelos e prostitutas de luxo arranjadas pelo empresário Giampaolo Tarantino, acusado de extorquir o primeiro-ministro.
Os juízes das cidades de Bari e Nápoles investigam, através de dois processos separados, as festas privadas do multimilionário primeiro-ministro de 74 anos, que aparece nas transcrições das conversas telefônicas com Tarantini, que está preso por suborno e tráfico de influência.
Tarantini está preso desde primeiro de setembro por ter recebido 850.000 euros de Berlusconi, em troca de mentir aos procuradores sobre as festas noturnas que organizavam.
A oposição italiana está exigindo a demissão de Berlusconi devido à divulgação das escutas telefônicas nas quais, entre outras coisas, ele diz governar "em suas horas vagas".
Em uma das gravações, de 1º de janeiro de 2009, o chefe de governo, de 75 anos, conta que as jovens brigam entre si para passar a noite com ele: "Eram onze, mas só dormi com oito, pois não podia mais".
Em outra conversa, Berlusconi fala com Marysthell Polanco, uma jovem bailarina dominicana, cujo nome aparece também em outro caso, o Rubygate, no qual Berlusconi é julgado por prostituição de menor.
Na conversa, Berlusconi se desculpa pelo pouco tempo que dedica a ela: "Sabe Marysthell, em minhas horas vagas sou primeiro-ministro".
Segundo uma pesquisa recente, a popularidade de Berlusconi caiu em setembro a seu menor nível histórico, a 24%.
Em resposta, Berlusconi enviou uma carta ao diário Il Foglio na qual afirma que não possui a menor intenção de renunciar e que espera governar até o final de seu mandato, em 2013. "Não fiz nada do que deva me arrepender", disse.