O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, fez uma análise sobre os últimos acontecimentos envolvendo o grupo de telecomunicações Telecom, após o magnata francês Xavier Niel aquirir uma fatia de 15% do capital da empresa com direito a voto. Em uma reunião no Palácio Chigi, em Roma, o chefe de Governo italiano conversou com o subsecretário de Comunicações, Antonello Giacomelli, e com o subsecretário da Presidência do Conselho de Ministros, Claudio De Vincenti.
O ministro da Economia da Itália, Pier Carlo Padoan, também foi consultado pelo premier por telefone. A venda das ações chamou a atenção do órgão antitruste italiano, que pediu esclarecimentos à Telecom sobre a operação.
Em declarações à imprensa, De Vincenti disse que o governo está "acompanhando atentamente a evolução da Telecom Italia" e a definiu como uma "empresa estratégica para o desenvolvimento do sistema de telecomunicações" do país. "O interesse do país é que, qualquer mudança na composição dos acionistas, a qual naturalmente deve se atentar a regras corretas de mercado sobre as quais as autoridades exigem transparência, regulamentação e tutela da concorrência, responda a critérios de reforço industrial de uma sociedade, como a Telecom", disse. Com a compra da fatia da Telecom por Niel, a maior operadora de telefonia e banda larga da Itália parece ter se tornado terreno de conquista francesa, já que seu principal acionista é o presidente da Vivendi, Vincent Bollore. Além disso, especialistas preveem uma "guerra" entre os dois magnatas franceses sobre as operações e o futuro do grupo.