A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou sua satisfação pela influência que a Itália tem exercido nas posições da União Europeia (UE) refletidas nas conclusões do primeiro dia do Conselho Europeu, que acontece em Bruxelas.
“Para nós, as conclusões do Conselho Europeu são um excelente ponto de partida”, afirmou Meloni em entrevista coletiva.
A premiê italiana explicou que em relação à migração e à Tunísia, principalmente no que diz respeito à flexibilidade no uso de fundos em questões econômicas, “há posições italianas”.
“Os 12 bilhões de euros adicionais anunciados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para a migração no âmbito da revisão orçamentária são um bom ponto de partida”, acrescentou ela.
De acordo com Meloni, “é importante compreender que para resolver este problema precisamos de dinheiro que não deve ser gasto apenas em segurança”.
“Precisamos de cooperação. A discussão também está aberta para o orçamento dos próximos anos. Veremos o que os outros países dirão, mas o dos fundos para migração e cooperação com terceiros países é um ponto estratégico”, acrescentou.
Em relação à crise migratória, Meloni enfatizou que o que está escrito hoje nas conclusões do conselho “era provavelmente impensável há oito meses”.
“Realmente conseguimos mudar o ponto de vista, também com a contribuição de outras nações, da divisão secular entre países de primeira chegada e países de movimentos secundários para uma abordagem única”, acrescentou.
De acordo com Meloni, “a Itália enviou um documento sobre a revisão do orçamento de longo prazo no qual pede essencialmente duas coisas acima de tudo: levar em conta a instabilidade do Norte da África e do Mediterrâneo e considerar, diante do aumento da taxa, as dívidas da próxima geração levando em consideração a mudança de quadro”.
“Uma grande batalha está em curso no Conselho Europeu sobre o Pacto Migratório. Bruxelas pressiona por um texto pró-imigração, enquanto a dupla Polônia e Hungria luta e resiste unida. Será uma longa noite!”, escreveu Balázs Orbán, diretor político do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, no Twitter.
Os líderes dos países da União Europeia iniciaram a cúpula de dois dias que, além das questões migratórias e econômicas, tem a guerra na Ucrânia e a situação na Rússia após o motim abortado pelos mercenários do Grupo Wagner na agenda de discussão.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, inclusive, reforçou que a rebelião provocado pelo grupo paramilitar russo era a maior crise política no território liderado por Vladimir Putin “em décadas” e alertou para as consequências.
“Depois do que aconteceu com a milícia Wagner é claro que Putin está enfraquecido e um Putin mais fraco é um perigo maior”, acrescentou Borrell, afirmando que “ainda não está claro o que aconteceu, quem estava por trás desse grupo militar”.
“Alguns generais foram presos. Acho que Putin está em modo de limpeza, isso é mais assertivo. A única resposta que podemos dar é continuar a apoiar a Ucrânia”, concluiu ele.
Os líderes da UE também reafirmam seu compromisso “inabalável” com a Ucrânia, independentemente do que aconteça com a Rússia.
Nas suas conclusões, o Conselho teria aprovado a “mensagem política clara” sobre a necessidade de a UE e os seus Estados-Membros contribuírem para os futuros “compromissos de segurança” da Ucrânia.