O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, disse que é preciso dar "prioridade máxima de investimentos e recursos", apesar das restrições do orçamento público, para confrontar o problema de um colapso hidrogeológico no país.
Napolitano falou hoje em uma cerimônia no Palácio Quirinale, sede da presidência italiana, na qual respondeu a perguntas de estudantes.
"Deveria haver mais severidade e rigor na administração pública para que se respeitassem os parâmetros, além de mais empenho para melhorar o solo e superar a atual condição de colapso hidrogeológico", continuou o presidente.
Para ilustrar a questão, Napolitano citou os recentes acontecimentos de Messina, na Sicília, onde pelo menos 24 pessoas morreram por causa de desabamentos de construções e deslizamentos de terra causados por fortes chuvas no início de outubro.
Ele lembrou que entre as casas que ruíram "havia algumas construídas ilegalmente e outras com permissões regulares".
"Sabemos que o dinheiro à disposição é pouco. É necessário ver para onde destiná-lo, para qual compromisso, quais gastos públicos se deve considerar prioritários. Antes de mais nada vem a defesa do ambiente, para garantir o futuro do planeta", completou.
De acordo com especialistas, 5.500 municípios italianos correm riscos com eventuais desastres naturais. Anualmente, as catástrofes naturais custam ao Estado italiano dois bilhões de euros.
Durante a cerimônia, Napolitano afirmou que não falaria sobre o empenho de seu país em reduzir as emissões de gás carbônico. Ele explicou, porém, que a Itália e a Europa já deram os primeiros passos ao assumir compromissos importantes que resultaram ter "grande relevo", "ao contrário de outros [países]".
O presidente disse esperar que na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em dezembro em Copenhague, na Dinamarca, os países em desenvolvimento assumam o mesmo compromisso de reduzir as emissões, já que não o fizeram até agora.
Em setembro, a Itália enviou uma carta à Comissão Europeia na qual falava das "graves dificuldades" que as empresas do país teriam para cumprir o teto de emissões de gás carbônico proposto pelo órgão. A cota de liberação de CO2 autorizada pela UE à Itália foi 6,3% menor do que a proposta enviada anteriormente pelo governo para o período 2008-2012.