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Premiê da Itália critica acordo para cargos de comando da União Europeia

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, criticou o acordo que teria sido alcançado pelo Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, com os socialistas e liberais para a distribuição dos principais cargos de comando da União Europeia.

Segundo o acordo, a presidente do Poder Executivo do bloco, Ursula von der Leyen, manteria seu cargo.

O pacto também prevê a nomeação do ex-premiê socialista de Portugal António Costa para presidente do Conselho Europeu, e da primeira-ministra liberal da Estônia, Kaja Kallas, como alta representante da UE para Política Externa.

Esses dois últimos cargos são ocupados hoje pelo belga Charles Michel e pelo espanhol Josep Borrell, respectivamente.

Fontes garantem que não há outros nomes em discussão.

“O erro que estamos a ponto de cometer, com a imposição da lógica de uma maioria frágil que provavelmente está destinada a ter dificuldades durante a legislatura [europeia], é um erro grave, não para a centro-direita, nem para a Itália, mas para uma Europa que não parece entender o desafio que enfrenta ou, se entende, prefere mesmo assim priorizar outras coisas”, disse Meloni.

A premiê, que venceu as eleições europeias no país pelo partido Irmãos da Itália (FdI), também preside a sigla Conservadores e Reformistas Europeus (ECR).

“Se quisermos prestar um bom serviço à Europa e à sua credibilidade, devemos demonstrar que entendemos os erros do passado e temos a máxima consideração pelas orientações dos cidadãos, que pedem uma Europa mais concreta e menos ideológica”, defendeu.

O acordo teria sido alcançado por meio de uma videoconferência entre seis líderes nacionais representando três grupos: Donald Tusk da Polônia e Kyriákos Mitsotákis da Grécia pelo PPE, Olaf Scholz da Alemanha e Pedro Sánchez da Espanha pelos socialistas, e Emmanuel Macron da França e Mark Rutte da Holanda pelos liberais.

A premiê teria concordado em troca da indicação à vice-presidência do Executivo do bloco. A informação foi divulgada pela agência Bloomberg, citando fontes europeias. Contudo, ela criticou os acordos realizados entre um pequeno grupo de líderes, especialmente levando em conta os resultados dos partidos dessas figuras nas eleições europeias.

“Se há algo indiscutível que surge das urnas é a rejeição às políticas seguidas pelos partidos políticos que governam em muitas das grandes nações europeias, que, em muitos casos, são também os partidos que ditaram as políticas europeias dos últimos anos”, lembrou.

“Os partidos governantes obtiveram 16% na França, 32% na Alemanha, e 34% na Espanha. Só na Itália 53% dos representantes eleitos pertencem aos partidos governamentais”, acrescentou.

O acordo para os cargos de liderança na UE inclui o Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, e os grupos Socialistas e Democratas (S&D), de centro-esquerda, e Renovar Europa, de centro, que terão maioria na próxima legislatura no Parlamento Europeu e tentam isolar a ascendente extrema direita.

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