O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, entrou na crise desatada com a renúncia de quatro ministros do gabinete do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi. O chefe de Estado convocou um dos pivôs da crise, o ex-aliado governista Gianfranco Fini, e o presidente do Senado, Renato Schiafini, para uma conversa que pode decidir o futuro da política italiana.
Na Itália, a administração é comandada pelo primeiro-ministro, o chefe do governo. O presidente, o chefe de Estado, entra em cena em momentos de crise – cabe a ele convocar novas eleições, caso entenda que o primeiro-ministro não tem apoio suficiente para governar.
Berlusconi enfrenta ex-aliados
Nesta última segunda-feira, Berlusconi recebeu a renúncia do ministro para a Política Europeia, Andrea Ronchi, o vice-ministro do Desenvolvimento, Adolfo Urso, e os secretários de Estado para Agricultura, Antonio Buonfiglio, e Meio Ambiente, Roberto Menia.
Todos são integrantes do recém-criado partido Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), do ex-aliado de Berlusconi, Gianfranco Fini.
Fini criou a legenda há alguns dias, com o apoio de seus partidários, que deixaram o partido Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi.
A decisão dos chamados "finianos" de deixar o gabinete ocorre uma semana após o ultimato lançado pelo ex-aliado do governo, que pediu a renúncia de Berlusconi para a formação de uma nova maioria governista.