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Polícia italiana prende professora amante do mafioso morto Messina Denaro

A polícia de Palermo, no sul da Itália, anunciou a prisão de uma professora de 40 anos que foi amante do ex-líder da máfia Matteo Messina Denaro (1962-2023).

Floriana Calcagno é acusada de favorecimento agravado e de desrespeitar ordens judiciais e foi detida graças a cartas ciumentas escritas por outra ex-amante do mafioso, a também professora Laura Bonafede.

Segundo promotores, Calcagno teve “papel chave” para ajudar Messina Denaro no período dele como foragido e teve uma relação amorosa com o ex-chefe da Cosa Nostra até a captura dele, em janeiro de 2023, em um hospital de Palermo onde ele se tratava contra um câncer.

Ela teria fornecido apoio “logístico, moral e material” a Messina Denaro na Sicília e o teria ajudado a se deslocar de uma cidade a outra por meio de um sistema de “revezamento e escolta” com o próprio carro dela.

Além de professora, Calcagno é parente de mafiosos, e seu marido, Paolo De Santo, foi preso por ajudar outro criminoso, Calogero John Luppino. Ela se apresentou espontaneamente no Ministério Público em 21 de janeiro de 2023, cinco dias depois da prisão de Messina Denaro, e disse que não sabia que o homem com quem ela mantivera uma relação amorosa era o foragido mais procurado da Itália.

Mas cartas enviadas ao mafioso por Bonafede, já condenada por associação com a máfia, revelaram a real natureza da relação dele com Calcagno. Usando pseudônimos como “Handicap”, “Acchina” ou “Sbrighisi”, Bonafede questionava a utilidade da rival e demonstrava ciúmes.
“Você diz que Acchina te ajuda, mas como pode? O que ela pode fazer por você?”, escreveu. Os procuradores acreditam que Bonafede costumava exercer o papel depois confiado por Messina Denaro a Calcagno. “Se eu visse Sbrighisi com aquela cara de satisfeita após ter estado com você, eu daria uma surra nela”, diz uma carta escrita pela primeira amante.

“Hoje vi algo que mudou meu humor. Vi Handicap saindo da zona chave, com uma Louis Vuitton certamente dada por você. Você dá bolsas como um distintivo? Merda”, afirmou Bonafede em outra correspondência.

Messina Denaro havia sido condenado à prisão perpétua por uma série de crimes, incluindo os atentados contra os juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, ambos em 1992, e passou cerca de 30 anos foragido.

Após ser preso, passou apenas oito meses na cadeia e morreu de câncer em setembro de 2023.

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