As autoridades italianas interceptaram mais uma vez uma dezenas de cartas cheias de balas dirigidas ao chefe de governo italiano, Mario Monti, ao seu antecessor, Silvio Berlusconi, assim como a diretores de jornais, informaram os meios de comunicação italianos.
As cartas, que não tinham selos e que, portanto, não podiam ser distribuídas aos seus destinatários, foram encontradas no centro de correios de Terme, Calábria (sul).
A correspondência, enviada em nome do "Movimento de Proletários Armados", um grupo até agora desconhecido, continha ameaças e insultos contra os dirigentes políticos e os diretores de jornais, e exigiam uma "revisão do plano anticrise".
"Vamos fazê-lo pagar", ameaçou o grupo. "Atacaremos e será uma guerra até a morte. Você não poderão dormir tranquilos", acrescenta o texto.
A Itália adota um severo plano de austeridade que reforma o sistema de aposentadoria e introduz medidas impopulares e novos impostos.
O envelope dirigido a Monti continha uma bala de calibre 9mm, enquanto que o calibre da bala dirigida a Berlusconi era menor, 7,65 mm, como a de Pier Luigi Bersani, líder do Partido Democrático (PD), a maior formação de esquerda.
Os controles nos serviços de correio se intensificaram desde que uma carta-bomba explodiu em 9 de dezembro, ferindo o diretor da empresa encarregada da arrecadação de impostos e multas Equitalia.
Na última quinta-feira, um pacote-bomba foi encontrado em Roma, em outro escritório da Equitalia.
O pacote continha um artefato explosivo, chegou pelo correio e era muito parecido com os enviados na semana anterior.
Há quatro dias o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, recebeu um envelope com duas balas em seu interior e uma carta com ameaças de morte assinada pelas Brigadas Vermelhas.