As autoridades do Comando Provincial de Cosenza deflagraram uma operação de busca e apreensão de documentos no município de Belvedere Marittimo, na região da Calábria, como parte de um inquérito sobre fraudes na concessão de cidadania italiana.
Coordenada pelo Ministério Público de Paola, no sul da Itália, a ação atinge quatro indivíduos, sendo dois italianos, um brasileiro e um argentino, suspeitos de crimes de falsidade ideológica e auxílio à imigração ilegal.
Os dois cidadãos do “Belpaese” também estão sob investigação por corrupção.
As buscas e apreensões têm como objetivo apurar eventuais irregularidades no procedimento de concessão de cidadania italiana por direito de sangue (jus sanguinis) a brasileiros e argentinos que declararam ter ascendência italiana.
A nova operação faz parte de uma ampla e complexa investigação iniciada pelo Departamento de Polícia de Cetrato e depois prosseguida pelo Núcleo de Polícia Econômica e Financeira de Cosenza.
Toda a documentação, tanto em papel como eletrônica, será agora examinada pelos agentes para verificar a regularidade dos procedimentos de emissão de cidadania.
Ao longo dos últimos anos, a polícia e o Ministério Público da Itália desmantelaram diversas quadrilhas que praticavam corrupção e fraudes nos processos de reconhecimento de cidadania italiana jus sanguinis, especialmente envolvendo brasileiros.
O problema mais frequente é justamente a questão da residência, tendo em vista que, antes das restrições anunciadas pelo governo da premiê Giorgia Meloni, para obter o reconhecimento na Itália, era preciso comprovar moradia no país, o que exigia a permanência por um período relativamente incerto, mas que muitas vezes durava por volta de três meses.
Agora, porém, foi aprovado um decreto-lei que restringe a transmissão da cidadania italiana por direito de sangue. Em vigor desde 28 de março, o texto impõe um limite geracional para a transmissão do “jus sanguinis”, determinando que apenas quem tem um dos pais ou um dos avós nascido na Itália poderá obter a dupla cidadania.
