
O Produto Interno Bruto (PIB) da Itália caiu 5,9% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, apresentando o pior resultado desde 1980, segundo informou nesta sexta-feira (15) o Instituto Nacional de Estatística (Istat).
A análise do Istat apontou que a "conjuntura atual do PIB é a síntese da diminuição do valor acrescentado da agricultura, da indústria e dos serviços".
O Instituto ressaltou ainda que, comparado ao trimestre anterior, o PIB teve contração de 2,4%, a quarta queda consecutiva. Situação semelhante aconteceu em 1992 e 1993, quando foram registradas seis variações negativas seguidas, mas de dimensões menores.
No entanto, segundo dados da análise, a inflação no mês de abril se manteve estável, em 1,2% anual, com um crescimento sobre o mês precedente de 0,2%.
Tais informações fazem com que a estimativa preliminar de crescimento seja revisada, já que apontava um crescimento mensal de 0,3% e anual de 1,3%.
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou que a crise mundial existe e os dados publicados hoje demonstram o que já era sabido.
"Estamos na pior crise, mas todas as empresas nos dizem que a situação está melhorando", comentou o premier, explicando que o pior de uma crise econômica é "o fator psicológico" e, por isto, "nossa tarefa é difundir confiança e otimismo".
O jornal Financial Times publicou que a Itália ainda está vulnerável, já que tem "um mercado de trabalho nada flexível e pouco competitivo, com uma produção estagnada" e uma dívida pública "espantosamente alta".
No entanto, o diário financeiro ressaltou que a dívida das famílias e das empresas italianas "é baixa e não houve um boom do mercado imobiliário", igual ao que desestabilizou o sistema norte-americano.
De acordo com o Financial Times, outro ponto alto da economia italiano é o fato dos principais bancos, como o Unicredit e o Intesa San Paolo, não terem precisado ainda de empréstimos do governo.
Fonte: DCI