Catolicismo Romano

Papa faz aparição surpresa em missa do Jubileu no Vaticano

Ainda se recuperando de uma pneumonia nos dois pulmões, o Papa Francisco fez uma aparição surpresa na missa pelo Jubileu dos enfermos e do mundo da saúde na Praça São Pedro, no Vaticano.

O evento faz parte do calendário do Ano Santo da Igreja Católica em 2025, mas a presença do pontífice de 88 anos não havia sido anunciada previamente.

“Bom domingo a todos, e muito obrigado”, disse o Papa, que usava uma cânula nasal para suprimento de oxigênio e foi levado de cadeira de rodas entre os milhares de fiéis reunidos na praça.

Segundo a Sala de Imprensa do Vaticano, antes de saudar os peregrinos do Jubileu, Francisco se confessou na Basílica de São Pedro e atravessou a Porta Santa do principal templo católico do mundo, ritual que simboliza a purificação dos pecados e o perdão.

Essa é a primeira aparição de Jorge Bergoglio em um evento oficial desde sua internação no Hospital Agostino Gemelli, em Roma, em 14 de fevereiro. No dia em que recebeu alta, em 23 de março, o Papa chegou a saudar brevemente os fiéis da sacada do hospital, mas, desde então, vem permanecendo recluso na Casa Santa Marta, sua residência oficial no Vaticano.

O líder católico deve ficar em repouso ao menos até o fim de maio.

Francisco também preparou a homilia lida durante a missa do Jubileu dos enfermos, na qual acenou à dura prova enfrentada por ele nas últimas semanas, quando ficou à beira da morte por causa de uma pneumonia bilateral provocada por uma infecção polimicrobiana.

“Certamente a doença é uma das provas mais difíceis e duras da vida. Ela pode chegar a nos fazer se sentir como o povo em exílio ou sem esperanças para o futuro, mas não é assim. Mesmo nesses momentos, Deus não nos abandona”, diz o texto lido pelo arcebispo italiano Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

“Compartilho muito com vocês, caríssimos irmãos e irmãs doentes, neste momento da vida: a experiência da enfermidade, de se sentir frágil, de depender dos outros em muitas coisas, de necessitar de apoio. Não é sempre fácil, mas é uma escola na qual aprendemos todos os dias a amar e a nos deixar amar, abandonados e confiantes por aquilo que está por vir”, acrescenta a mensagem.

O tema também foi abordado no Angelus dominical, divulgado mais uma vez apenas por escrito devido às dificuldades que Francisco ainda enfrenta para falar.

“Caríssimos, assim como durante a internação, agora na hora da convalescença sinto o dedo de Deus. E oro por médicos, enfermeiros e operadores da saúde, que nem sempre conseguem trabalhar em condições adequadas e às vezes são até vítimas de agressões. A missão deles não é fácil e precisa ser apoiada e respeitada”, escreveu o pontífice, pedindo investimentos para que os sistemas de saúde sejam “inclusivos e atentos aos mais pobres”.

No texto do Angelus, o Papa também renovou o apelo por paz na Ucrânia, na Faixa de Gaza, “onde as pessoas são forçadas a viver em condições inimagináveis, sem teto, comida nem água limpa”, no Sudão, no Sudão do Sul, na República Democrática do Congo, no Haiti e em Myanmar, palco de um terremoto devastador após quatro anos de guerra civil.

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