O papa Bento XVI defendeu, em uma tradicional audiência de início de ano com os administradores de Roma e do Lazio, que os governos devem ter "políticas públicas" para manter as famílias, principalmente em tempos de crise econômica.
O Papa disse que a família tradicional "deve ser sustentada por políticas orgânicas que não se limitem a propor soluções contingentes, mas que tenham como objetivo sua consolidação e desenvolvimento, e sejam acompanhadas por um trabalho educativo adequado".
Bento XVI aproveitou para dizer que aprovar formas de união que distorcem a essência e a finalidade da família, acabará penalizando aqueles que se comprometem a viver vínculos afetivos estáveis e publicamente reconhecidos.
Ele também ponderou que a persistência dos efeitos da crise econômica global, que começou em 2008, "causa tensões sociais que são exploradas por organizações criminosas ao proporem atividades ilegais". É "urgente que, neste momento difícil, se faça todo esforço para promover políticas que garantam um emprego e um sustento digno, indispensável para a criação de novas famílias", reivindicou o Pontífice.
Mesmo em situações econômicas estáveis, considerou Joseph Ratzinger, "é preciso apoiar concretamente a maternidade, como garantia às mulheres de carreira, para possibilitar a conciliação entre família e trabalho".
No encontro, do qual participaram o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, o presidente e a governadora da província do Lazio, respectivamente Nicola Zingaretti e Renata Polverini, o líder máximo da Igreja Católica ainda afirmou que não é possível "ficar indiferente" ao "aumento do número de abortos praticados em nossa região".
O Santo Padre advertiu que as "instituições públicas" devem sustentar o aconselhamento familiar, para de fato "terem condições de ajudar as mulheres a superarem os motivos que por ventura levarem à interrupção da gravidez".
Bento XVI também argumentou que o poder público deve dar assistência às mulheres e às famílias mesmo após o nascimento da criança, e solicitou o "desenvolvimento de políticas adequadas de ajuda e de instalações destinadas às crianças, como creches por exemplo.