O número de italianos que vivem no exterior está aumentando e, em 10 anos, passou de 3,9 milhões para mais de 6 milhões, informou o secretário-geral do Conselho-Geral dos Italianos no Exterior (Cgie), Michele Sciavone.
Durante coletiva de imprensa na Farnesina, ele explicou que o “aumento da mobilidade não parou nem mesmo durante a pandemia, uma hemorragia demográfica que pode ajudar a compreender melhor o fenômeno migratório, a partir do fato de que os italianos são protagonistas da migração há mais de dois séculos”.
Segundo Sciavone, as comunidades se tornaram numerosas e continuam a crescer e sofrem com regulamentações desatualizadas.
“Reconhecer o papel dos italianos no exterior, dos profissionais que lá trabalham, das empresas italianas que se mudaram para outros lugares, significa lembrar que estas realidades contribuem para aumentar o PIB italiano”, disse o representante do Cgie, acrescentando que “é correto igualar os direitos dos cidadãos italianos onde quer que vivam”.
A declaração foi dada após o Conselho apresentar seus objetivos às comissões competentes da Câmara dos Deputados e do Senado.
Entre eles está garantir o voto dos italianos no estrangeiro, já em antecipação às eleições europeias do próximo mês de junho, simplificar e agilizar as atividades consulares e os procedimentos documentais, pensando também na unificação dos registros, incentivar a digitalização e intervir nas disparidades fiscais que afetam os cidadãos que vivem fora de Itália.
Além disso, uma das propostas apresentadas à Comissão de Finanças da Câmara é, de fato, a abolição do pagamento do imposto imobiliário na habitação para quem vive no estrangeiro.
“Um imóvel que, portanto, seria a primeira habitação”, explicou. O Cgie também assegurou seu compromisso de incentivar a participação dos italianos no exterior nas eleições. “O seu voto é representativo e deve ser defendido e não questionado, como já aconteceu no passado por questões de suspeita de fraude”, reforçou Sciavone.
Juntamente com o Ministério do Interior e a Farnesina, o Conselho apresentou também a proposta de automatizar a renovação de documentos para quem vive no estrangeiro. “As comunidades italianas no estrangeiro devem ser consideradas embaixadoras do nosso país e, portanto, devem ser acompanhadas, não dispersas e habilitadas a cultivar a língua e a cultura italiana”, concluiu ele.