Novo lar do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, foi marcado nas últimas semanas por um clima de tensão e perigo de rebelião devido a uma greve de agentes de segurança.
O ex-banqueiro começou a cumprir sua pena de 12 anos e sete meses de prisão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do mensalão. O centro de detenção, situado a cerca de 30 km do Palácio do Planalto, enfrenta uma crise há várias semanas por conta de uma paralisação de carcereiros.
A Procuradoria-Geral do Distrito Federal já disse que a greve "coloca em risco a vida e a segurança dos internos e suas famílias, além de criar um clima de insatisfação". Esse foi um dos argumentos usados pelos senadores italianos Luigi Manconi e Cecilia Guerra em seu último apelo para evitar a extradição de Pizzolato.
Segundo a promotoria, não dá para descartar o estouro de uma rebelião, já que os presos foram proibidos de tomar banho de sol e receber visitas. A paralisação foi suspensa até o início de novembro, mas a categoria ameaça retomá-la caso suas reivindicações salariais não sejam atendidas.
O descontentamento também aumentou após 50 condenados terem sido colocados em isolamento por conta de uma tentativa de fuga. De acordo com a Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, o grupo já havia construído um túnel de quatro metros a partir do pátio de uma das unidades da Papuda.
O complexo conta com cinco cárceres, que alojam mais de 10 mil pessoas. Pizzolato foi colocado em uma cela com outros dois presos, em uma ala para "vulneráveis".