
O juiz italiano Luigi Tosti, famoso em seu país por se recusar a realizar audiências em tribunais com crucifixos pendurados na parede, foi afastado de suas funções pela seção disciplinar do Conselho Superior da Magistratura (CSM).
A decisão contra Tosti foi tomada com base na postura adotada por ele no período entre maio de 2005 e janeiro de 2006.
Na época, ele manteve sua oposição à presença do símbolo católico nos tribunais e só dava prosseguimento às audiências se o objeto fosse removido.
A seção disciplinar do CSM considerou que a postura de Tosti configura a recusa de cumprir atos ligados à atividade jurídica, o que justifica seu afastamento.
O juiz já havia sido absolvido anteriormente pela Justiça. Na ocasião, ele não foi condenado porque sua postura não comprometeu o andamento das audiências, já que foi substituído por outro magistrado sempre que se recusou a dar início aos trabalhos do tribunal.
No julgamento do CSM, Tosti se defendeu sozinho. Ele preferiu não recorrer a um advogado. Com a audiência em curso, manifestantes expressavam seu apoio ao réu do lado de fora do tribunal.
Esta não é a primeira vez que a presença de crucifixos em locais públicos gera polêmica no país europeu.
Em novembro do ano passado, a Corte Europeia de Direitos Humanos condenou o Estado Italiano a pagar € 5 mil de indenização à italiana de origem finlandesa Soile Lautsi.
Ela havia pedido à escola onde seus filhos estudavam que retirasse o crucifixo exposto na sala de aula, mas a direção da instituição de ensino se recusou a remover o símbolo da fé católica.
O subsecretário à presidência do Conselho de Ministros, Gianni Letta, confirmou que a Itália já está pronta para recorrer da decisão em instância internacional.