Codacons apresentou uma queixa à Procuradoria da República de Civitavecchia pedindo para investigar o funcionamento dos instrumentos a bordo do Costa Concordia no momento da partida do porto de Civitavecchia, e dos controles realizados pela Capitania dos Portos local.
"Recentemente verificou-se que a FRM (caixa preta) a bordo do navio Costa Concordia esteve inoperante das 15h de 9 de janeiro (quatro dias antes do naufrágio), enquanto o radar de bordo teria apresentado problemas nos dias imediatamente anteriores ao evento trágico", se lê na denúncia de Codacons.
"Registraram-se algumas avarias dos instrumentos que, de acordo com as normas em vigor, deveriam ter sido instalados e mantidos operantes a bordo do Concordia. Do possível mau funcionamento do radar a bordo se fez referência no e-mail de Fabio Fiorucci, dono da empresa homônima de manutenção, enviada em 11 de janeiro de 2012 a Pierfrancesco Ferro, da Costa Cruzeiros".
"Com base nesse documento deveriam realizar-se controles nos radares de banda S e banda X quando da chegada do navio em Savona. Isso faz supor que alguém a bordo do Concordia tenha relatado problemas de mau funcionamento dos instrumentos antes do acidente", diz ainda o comunicado.
O Codacons pediu então ao MP para "apurar se o navio dispunha, quando zarpou do porto de Civitavecchia, do dispositivo de gravação dos dados de navegação VDR em bom funcionamento"; verificar se as falhas encontradas eram ou não motivo para impedir a saída do navio do porto; realizar todas as investigações necessárias para verificar se por negligência ou dolo, o armador, o capitão do Costa Concordia e/ou por uma omissão de controle da Capitania do Porto de Civitavecchia, além de todos os sujeitos e autoridades competentes responsáveis, o navio foi indevidamente autorizado a navegar".