
Em meio à maior crise migratória na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, um navio anti-imigrantes financiado por grupos de extrema-direita está causando polêmica no Mar Mediterrâneo.
Assim como já havia ocorrido no Chipre e na Sicília, na Itália, a embarcação que quer impedir a passagem de imigrantes pelas rotas marítimas foi bloqueado na Tunísia.
Os pescadores da costa tunisiana se organizaram em diversos barcos próximos ao porto de Zarzis e impediram que a embarcação seguisse viagem.
“Não queremos o barco fascista na Tunísia. Há 10 ou 15 anos, nós salvamos migrantes que naufragam e não queremos que um barco que deseja que eles se afoguem e que use lemas fascistas entrem em nossos portos”, disse o líder da associação dos pescadores, Shamseddin Bourasin, ao jornal espanhol “El País”.
Um representante oficial do porto de Zarzis falou ao jornal britânico “The Independent” que apoia a decisão dos pescadores e que “nunca deixaremos racistas entrarem aqui”.
O polêmico barco notifica embarcações ilegais que saem da Líbia em direção às ilhas italianas e ordena que eles voltem para o porto de onde vieram. Com mensagens em seu casco de “parem com o tráfico de pessoas” e “vocês não farão da Europa a sua casa”, os militantes dizem querer alertar a União Europeia sobre o “excesso de imigrantes”.
Oficialmente, quem mantém o barco é o grupo francês Geração Identitária, mas eles contam com financiamentos de simpatizantes de várias nações europeias. Entidades internacionais afirmam que a atuação do GI em águas internacionais é ilegal.