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“Não virem as costas para os imigrantes”, diz primeiro-ministro italiano Matteo Renzi em SP

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que os italianos não devem "virar as costas para os imigrantes no mar, porque há 100 anos eram eles que morriam nas travessias" em busca de uma nova vida. Em um discuso em São Paulo, cidade que detém o maior número de descendentes italianos do mundo, Renzi relembrou o naufrágio de um navio que levava imigrantes italianos de Gênova ao Brasil há exatos 100 anos.

O acidente ocorreu em 4 de agosto de 1906, em Cabo de Palos, em Cartagena, e provocou a morte de ao menos 240 pessoas. "Quando vocês virem uma pessoa no mar, não virem as costas, como alguns querem. Há 100 anos, eram os italianos que tentavam fazer travessias e morriam", lamentou Renzi. "O que temos que fazer é cultivar nossos valores". Localizada no Mar Mediterrâneo, a Itália é um dos países que mais recebem imigrantes em navios clandestinos, os quais frequentemente naufragam e provocam tragédias. Nos últimos dois anos, devido à guerra na Síria, à atuação de grupos terroristas no Oriente Médio, às instabilidades na Líbia e aos conflitos armados, o fluxo de imigrantes bateu recorde na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e desatou uma crise humanitária.

A Itália, que realiza operações marítimas de resgate de imigrantes e mantém centros de acolhimento, aumentou o tom e passou a exigir medidas da União Europeia (UE). Renzi cobrou os líderes europeus de uma "responsabilidade compartilhada" pela crise imigratória. O bloco chegou a aprovar um acordo de redistribuição de 160 mil imigrantes até 2017 pelos países-membros da UE, mas algumas nações não se dispuseram a receber os estrangeiros. Até maio deste ano, apenas 1,5 mil mil tinham sido realocados. (Ansa) 

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