Com a reabertura do Palazzo Fava, após anos de negligência e abandono, como um museu de arte antiga e moderna, Bolonha completa um circuito privado de arte, que compreende palácios patrícios e igrejas profanadas, onde se expõem as riquezas artísticas acumuladas pelos bancos na cidade.
O Palácio Fava foi construído entre 1546 e 1580 e enriquecido em 1584 com novos afrescos dos irmãos Annibale e Agostino e seu primo Ludovico Carracci, que depois lançaram no mundo a linguagem barroca que rompia com os maneirismos, graças aos afrescos do Palazzo Farnese, em Roma.
No entanto, por estes avatares da nobreza italiana, o palácio patrício foi vendido em partes (uma das quais é atualmente o Hotel Baglioni, o mais luxuoso e elegante de Bolonha) e, como se isso não bastasse, por conta dos sete bombardeios sofridos pela cidade no final II Guerra Mundial, esteve entre suas vítimas mais famosas.
Localizado entre o ex-seminário e palácio Ghisilard, atual sede do Museu Arqueológico, a poucos passos da Praça Maggiore, o Palácio Fava viveu a segunda metade do século XX no mais completo abandono, até ser resgatado em 2005 pela Fundação Carisbo.
O banco restaurou os 26 mil metros quadrados dos cinco andares do edifício, a um custo de € 14 milhões, para poder instalar sua coleção de pinturas antigas (no primeiro andar) e modernas (no térreo), deixando livres o segundo e terceiro andares para exposições temporárias.
Entre as jóias das pinturas antigas, todas assinadas por artistas bolonheses ou influenciados por eles, estão quadros de Guercino, Guido Reni, Gaetano Gandolfi, Simone Cantarini, Elisabetta Sirani e sua aluna Ginevra Cantofoli, o que prova que, em Bolonha, as mulheres também sabiam pintar.
O que mais impressiona na inauguração é a criação de um circuito privado de arte (só falta o Palácio Pepoli, dedicado à história de Bolonha, que será aberto até o fim do ano) e que inclui a Biblioteca de Arte e História na Igreja de San Giorgio in Poggiale e o Museu de Instrumentos Musicais de San Colombano (com a belíssima coleção doado pelo organista Luigi Ferdinando Tagliavini). (ANSA)