A abadia de Monte Cassino e outros sete monastérios em seis regiões italianas aprovaram uma candidatura conjunta para se tornar um dos patrimônios mundiais da Unesco. O documento foi aprovado e agora entrará no processo nacional, sendo apresentado em breve para o Ministério da Cultura.
Além da abadia beneditina da região de Lazio, estão na lista os monastérios de Subiaco e de Santa Maria, em Castelnuovo di Farfa, também no Lazio; San Vincenzo al Volturno, em Isernia, em Molise; San Pietro al Monte, em Civate, na Lombardia; a Sacra di San Michele, em Sant’Ambrogio di Torino, no Piemonte; a de Sant’Angelo in Formis, em Pádua, na Campânia; e de San Vittore alle Chiuse, em Genga, na região Marche.
Uma vez completada a adesão nacional, tudo será enviado ao escritório da Unesco, em Roma, para que dê o seu parecer.
Caso seja positivo, ele será encaminhado à sede da instituição da ONU em Paris. A abadia de Monte Cassino é a mais famosa, com seus mais de 1494 anos. Destruída por quatro vezes – primeiro pelos lombardos, depois pelos sarracenos, ainda por um terremoto no século 14 e por bombardeios na Segunda Guerra Mundial – e reconstruída várias vezes, é conhecida pelo lema em latim “succisa virescit” – algo como “corte e volte ao verde novamente” em tradução livre.
Já a escolha dos oito monastérios beneditinos veio após um estudo feito por um grupo de trabalho do Politécnico de Turim, chamado de “Monasticismo beneditino e evidências materiais”. Nele foi feito uma espécie de censo que mapeou mais de 2,2 mil assentamentos dessa ordem religiosa da época medieval em toda a Europa e foram identificados os oito na Itália que representavam o movimento da melhor forma.
“No último 1º de março, eu e meus colegas prefeitos das outras sete cidades escrevemos para nossos respectivos governos regionais para pedir o apoio pleno. Assim, vamos reparar uma grave lacuna na cultura mundial porque já era uma grave falta que não estivesse entre os Patrimônios Unesco um sítio como o de Monte Cassino, onde foi escrita a regra beneditina e há o mais excepcional exemplo de monasticismo – citado até por Dante na ‘Divina Comédia’ e onde salvamos a cultura do Ocidente”, disse o prefeito de Cassino, Enzo Salera.
