Respondendo a perguntas de jornalistas durante o voo de volta do México o papa Francisco admitiu que sonha em conhecer a China. "Eu gostaria tanto de viajar para a China", disse o Pontífice.
A declaração foi dada em meio à lenta reaproximação entre a Igreja Católica e o gigante asiático, cujas relações diplomáticas bilaterais estão abaladas desde 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência de Taiwan.
Além disso, a China e o Vaticano enfrentam problemas relacionados a nomeações de bispos. Em 1957, Pequim criou a Associação Patriótica Católica (APC), única igreja autorizada pelo governo chinês e independente da Santa Sé, com o objetivo de evitar interferências externas e assegurar a conformidade dos cristãos com as políticas do país asiático.
Desde então, a APC ordena seus próprios bispos, sem a autorização e a aprovação do Papa. Além disso, os religiosos nomeados pelo Pontífice, o símbolo máximo da unidade na Igreja Católica, não são considerados válidos para a China e muitas vezes não podem exercer sua função.
Recentemente, os dois Estados afirmaram ter interesse na normalização das relações. Em sua viagem à Coreia do Sul, em 2014, por exemplo, o papa Francisco mandou uma mensagem ao governo chinês pedindo que Deus abençoasse o país. Na ocasião, o argentino foi o primeiro Pontífice a sobrevoar o território chinês.
Em outubro do ano passado, o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, já havia dito que Jorge Bergoglio tinha vontade de conhecer o país asiático o quanto antes. Além disso, na mesma época, um encontro entre uma delegação vaticana e representantes do governo chinês foi realizado em Pequim.
No começo deste mês, o Papa deu uma entrevista histórica ao jornal asiático "Asia Times" comentando o quanto admira a história, a cultura e a sabedoria chinesas e comemorando o fim da política do filho único na nação.