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Mario Draghi completa 1 ano de governo com missão de relançar Itália

O governo de Mario Draghi completou um ano de vida. É o 60º Executivo da República italiana e o terceiro da 18ª legislatura.

Por suas características, é definido como um governo de unidade nacional, conseguindo uma maioria muito ampla que vai da esquerda até a Liga de Matteo Salvini.

Draghi finalizou o processo para ter plenos poderes após obter a confiança do Senado em 17 de fevereiro de 2021, com 262 votos a favor, 40 contrários e duas abstenções – para vencer a votação, precisava “apenas” de 161. Na votação da Câmara dos Deputados, ele havia obtido 535 votos favoráveis (eram necessários 361), 56 contrários e cinco abstenções.

O sucessor de Giuseppe Conte tomou posse no Palácio Chigi em 13 de fevereiro de 2021 após jurar no Quirinale nas mãos do presidente Sergio Mattarella.

Draghi tinha dois grandes objetivos fundamentais: superar a dramática crise provocada pela pandemia de Covid-19 e ajudar o país a retomar, definindo projetos, muitos de infraestrutura, financiados pelo plano de recuperação da União Europeia. Dali, vieram 220 bilhões de euros que o país poderá gastar apenas com base dos projetos definidos no âmbito do Plano Nacional de Retomada e Resiliência (PNRR).

Dois desafios decisivos que o presidente do Conselho de Ministros enfrenta com energia, em primeiro lugar, confiando ao general Francesco Paolo Figliuolo, no dia 1º de março do último ano, o papel de comissário extraordinário para a atuação e a coordenação das medidas de contenção e contraste à emergência da Covid 19.

Um papel que tem como missão prioritária de levar adiante a campanha de vacinação contra a Covid-19. E depois, envolvendo todas as estruturas governamentais (a partir dos ministérios) e as realidades locais, um delicado trabalho de colocar em andamento numerosos projetos de obras públicas, dos quais, 45 entraram em vigor em junho.

Um verdadeiro e real “tour” de forças, também de comunicação, com o premiê, os ministros, os técnicos da primeira linha, para explicar aos cidadãos, região por região, cidade por cidade, o sentido dessa iniciativa.

Uma missão de “salvamento” que ao longo dos últimos meses teve não poucos tremores, sobretudo, por conta das divergências de visão entre os partidos da heterogênea maioria de coalizão ao redor do Executivo do ex presidente do Banco Central Europeu.

Basta pensar apenas nas medidas para combater a pandemia, com a escolha de chegar a uma vacinação substancial de toda a população: a opção não foi compartilhada por todos, mas ao fim foi “digerida”, com importantes resultados, também graças a uma imposição definida como intransigente. Draghi, em algumas passagens de seu Executivo, se impôs sobre os partidos.

O primeiro-ministro sempre buscou dar linhas de contorno às suas ações – e isso mesmo com diversos problemas sobre as medidas que deveriam ser tomadas. Por outro lado, foram a pandemia e as paralisias de um sistema político em dificuldades que o fizeram mudar de rota e ir parar no governo.

A sua postura de sempre ser decidido fez evocar em alguns um espectro de um semipresidencialismo de fato.

Aos olhos da Europa, Draghi é um homem do qual não se pode prescindir, uma espécie de “último garantidor” do capital institucional italiano.

A sua presença nas reuniões de Estado – se concorda na UE, em muitas capitais europeias e em ambientes políticos e econômicos nacionais – é um elemento de estabilidade e garantia para a atuação dos planos de recuperação. Essas eram todas as fichas que muitos na Itália esperavam utilizar para elegê-lo como presidente da República ao fim do mandato de Mattarella.

E ele, na tradicional coletiva de imprensa de fim de ano, de homem das instituições, também como “avô” (como ele se definiu), lembrou que seu trabalho era o de presidente do Conselho e que qualquer decisão sobre o futuro do governo ou da presidência esperava só e exclusivamente das forças políticas e do Parlamento.

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