
As máfias da Itália estão cada vez mais focadas em práticas de corrupção e infiltração na economia, e recorrem cada vez menos à violência.
A informação consta em um relatório da Diretoria de Investigação Anti-Máfia (DIA) sobre as atividades do primeiro semestre de 2023.
O documento diz que as máfias vêm se adaptando às mudanças sociais e econômicas há algum tempo, e que “substituíram o uso da violência, cada vez mais residual, embora não rejeitado, com estratégias de infiltração silenciosa e atos de corrupção”.
“Hoje, as máfias preferem direcionar sua atenção às esferas de negócios e empreendimentos, se aproveitando do grande capital acumulado através de atividades ilegais”, diz a análise.
Os investigadores reiteram, contudo, que a principal fonte de renda do crime organizado segue sendo o tráfico de drogas. O relatório diz que mais de 29 bilhões de euros em bens foram apreendidos na primeira metade de 2023 sob suspeita de ligação com atividades mafiosas.
A DIA destacou o risco de as máfias buscarem uma fatia dos recursos do Plano Nacional de Retomada e Resiliência (PNRR), um vasto programa que visa tornar a economia italiana mais verde e moderna através de projetos financiados com a ajuda de cerca de 191 bilhões de euros em subsídios da União Europeia e empréstimos a juros baixos.
O texto diz ainda que o Ministério do Interior implementou estratégias para prevenir as ações. Segundo as investigações, 11.890 solicitações para investigações anti-máfia sobre o PNRR foram realizadas no primeiro semestre de 2023.