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Na Alemanha, primeiro-ministro italiano Enrico Letta cobra fim da austeridade

O líder de uma das economias mais afetadas pela crise na Europa falando para moradores do país que faz questão de impor duras condições para ajudar nações endividadas. Esse é o cenário ideal para um ambiente de tensão.

Mas ao final de um discurso marcado por pedidos de união na Europa, o premier italiano, Enrico Letta, foi longamente aplaudido no congresso do Partido Social Democrata (SPD), a legenda que ficou em segundo lugar nas eleições de setembro na Alemanha. Uma ovação que chegou mesmo após duras palavras do primeiro-ministro. "A Itália fez tudo sozinha e faz tudo sozinha, e é por isso que agora pode pedir com força uma guinada da Europa rumo ao crescimento", disse. Letta fez questão de lembrar que seu país não pediu nada a ninguém, "nem mesmo um euro", para enfrentar as dificuldades econômicas, e que contribuiu com 54 bilhões de euros para o fundo de resgate, contra 61 bilhões da França e 81 bilhões da Alemanha, nações com economias bem mais fortes que a italiana.

"Devemos acabar com a imagem, o estereótipo de que a Itália é um país assistido", acrescentou.

Por isso, ele pediu uma política comum para incentivar o crescimento e enfrentar a desigualdade no continente. Segundo Letta, se isso não acontecer, as eleições europeias de 2014 podem originar o Parlamento mais antieuropeu da história, devido ao crescimento de partidos contrários à integração em diversos países, como a França, em torno da figura de Marine Le Pen, e na própria Itália, com o Movimento 5 Estrelas, do comediante Beppe Grillo. "Não podemos mais errar, como fez a Europa nos primeiros anos da crise", cobrou o premier, que ainda fez um apelo: "Na próxima campanha eleitoral da União Europeia, é necessário passar com coragem a mensagem de que queremos construir uma Europa Federal, garantindo aos nossos filhos que ainda seremos influentes no mundo", afirmou.

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