Os juízes de Milão responsáveis pelo caso de suposto suborno que envolve o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, decidiram cortar o depoimento de várias testemunhas para adiantar a sentença e evitar a prescrição do crime do qual ele é acusado.
Dessa forma, a última testemunha a prestar seu depoimento será o advogado inglês David Mills que, segundo a Procuradoria de Milão, recebeu US$ 600 mil (R$ 1 milhão na atual cotação) para não citar o premier em um processo na década de 1990 sobre fraude em balanços de empresas.
Mills deverá se apresentar à Justiça em 24 de outubro e Berlusconi, por sua vez, será interrogado em 28 de outubro.
A maioria das testemunhas cortadas seria interrogada pela Justiça inglesa e foram consideradas pela juíza Francesca Vitale como "superficiais". Ela explicou que já houve muitas tentativas de pedir os interrogatórios à Inglaterra, mas não houve resposta.
De acordo com a decisão do Tribunal, como essas testemunhas já foram ouvidas em setembro de 2007, neste julgamento serão consideradas as declarações já dadas.
O procurador Fabio De Pasquale fez um apelo para que a solicitação por parte da Itália de audiências sobre o caso na Inglaterra fosse antecipada.
A decisão de cortar as testemunhas foi criticada pela defesa do chefe de Governo italiano. O advogado Niccolò Ghedini disse que, com a mudança, "a presença da defesa é inútil neste processo".
"Em um julgamento, a presença da defesa se torna inútil quando as testemunhas não podem ser ouvidas", argumentou ele.