O Conselho Superior da Magistratura (CSM), o órgão de autogoverno do poder Judiciário na Itália, abriu um inquérito sobre o juiz da Suprema Corte Antonio Esposito, presidente do júri que confirmou a condenação a quatro anos de prisão do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi por fraude fiscal no processo Mediaset.
A investigação é de competência da primeira comissão do CSM, que decide sobre as transferências compulsórias por incompatibilidade.
O inquérito foi aberto sob pedido dos conselheiros do CSM apontados pelo Povo da Liberdade (PDL), bancada de Berlusconi, que consideraram particularmente grave as frases que Esposito pronunciou durante a entrevista publicada ontem no jornal "Il Mattino", antecipando dessa forma as motivações da sentença antes de depositá-las formalmente.
O vice-presidente do CSM, Michele Vietti, decidiu "com urgência" a transmissão da documentação para a primeira comissão. O juiz Esposito se defendeu alegando que o conteúdo da entrevista foi "manipulado" inserindo a pergunta sobre o processo Mediaset sem que ele tivesse respondido e explicou que suas afirmações se referiam de forma "totalmente genérica" ás sentenças de primeiro e segundo grau e não ao trabalho da Suprema Corte.