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Italiano preso na África luta por extradição para seu país

Assunta Giorgini, esposa do engenheiro civil italiano Maurizio Cocco, 62, preso há mais de três anos na Costa do Marfim, criticou o governo da Itália “pelo desinteresse” na extradição de seu marido, ao contrário do que houve com Ilaria Salis e Chico Forti, que retornaram ao país de origem após ser detidos na Hungria e nos Estados Unidos, respectivamente.

“O único interesse veio do deputado Andrea Di Giuseppe.

Quanto ao resto, cadê o Estado?”, questionou Giorgini, acrescentando que o engenheiro “está em péssimas condições de saúde” em uma cela com “condições higiênico-sanitárias de terceiro mundo”.

A declaração foi reforçada pelo advogado de Cocco, Mario Cicchetti.

“Cocco é inocente, mas mesmo que devesse ser responsabilizado por qualquer ato, o correto é que seja detido na Itália e que se garanta o mínimo de dignidade humana”, disse o defensor, acrescentando que o cárcere onde seu cliente está detido “tem lotação máxima e focos de malária”.

“Solicitamos uma reunião com a primeira-ministra [Giorgia] Meloni e com o vice-premiê [Antonio] Tajani para entender quais intervenções eles pretendem fazer na defesa de nosso cidadão. Devido ao desinteresse do governo, Cocco permanece na prisão, enquanto Ilaria Salis e Chico Forti voltaram para a Itália”, falou Cicchetti, citando dois exemplos de italianos detidos no exterior que conseguiram extradição para a terra natal.

Cocco foi preso em 2022 na Costa do Marfim por suposta fraude fiscal, como parte de uma investigação das autoridades do país africano sobre uma possível rede de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Em 7 de maio de 2024, um tribunal da Costa do Marfim condenou-o a dois anos de detenção mas enquanto aguardava o julgamento, ele já tinha cumprido a pena na prisão.

No entanto, a libertação de Cocco, prevista para 2 de junho do mesmo ano, foi suspensa devido a uma nova investigação que surgiu na época, colocando-o em prisão preventiva até o momento.

De acordo com Cicchetti, ainda que o juiz local tenha reduzido a fiança para libertá-lo em 150 mil euros (R$ 934 mil), “a família [do detento] não tem este dinheiro, já que seus bens foram penhorados”.

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