O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, disse, após o encerramento da cúpula entre os países da União Europeia (UE) em Bruxelas, que o acordo definido entre as nações não é um "novo texto jurídico, mas uma declaração política".
O novo acordo anticrise, que endurece as diretrizes fiscais, foi fechado por 26 dos 27 membros, exceto o Reino Unido. Entre os pactos, estão o de acelerar a entrada em vigor do fundo de resgate permanente e o de liberar € 200 bilhões (cerca de US$ 270 bi) para o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"A Itália e eu pessoalmente preferiríamos uma definição totalmente comunitária com uma alteração do Tratado que fosse estendida aos 27 países-membros da UE", declarou Monti, acrescentando que isto "não foi possível", apesar dos seus esforços para encontrar uma mediação entre a Grã Bretanha e a zona do euro.
O premier italiano também disse que "a Itália tomou medidas incisivas". Isso, segundo ele, tem colaborado para as "intervenções de caráter comum" na Europa e "não só em termos dos deveres de casa que os países devem fazer".
Em relação à emissão de eurobônus, Monti afirmou que "o trabalho segue em frente" e não excluiu a possibilidade futura do projeto não ser implementado.
O primeiro-ministro ainda anunciou, em data a ser confirmada, a visita do presidente francês Nicolas Sarkozy e da chanceler alemã Angela Merkel, para uma reunião depois do encontro de Estrasburgo, na França, em meados de janeiro.
Já o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, observou que o resultado conquistado na cúpula foi "muito bom para a zona do euro" e que suas conclusões "serão detalhadas nos próximos dias".
Segundo ele, os pactos serão a "base para uma maior disciplina na política-econômica dos países-membros".
Por sua vez, o presidente da UE, Van Rompuy, afirmou que o novo tratado será assinado "em março e não antes" e que nascerá como um "acordo internacional". Ele confirmou que 26 dos 27 países, com exceção da Grã Bretanha, "estão prontos para participar".