O ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, afirmou que está acompanhando o caso do ex-ativista Cesare Battisti e que as autoridades políticas do país não desistiram de sua extradição.
"A soltura de Battisti não distancia a possibilidade de extraditá-lo, necessariamente. Estamos acompanhando com grande atenção os desenvolvimentos do caso. Diante de novos dados, tomaremos novas medidas para conquistarmos uma vontade política clara: entregá-lo à Justiça italiana e fazê-lo cumprir sua pena", disse Orlando.
Battisti foi preso pela Polícia Federal brasileira em Embu das Artes, na Grande São Paulo, onde vive com sua família. Após passar sete horas na sede da PF, o italiano foi libertado graças a habeas corpus do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, assinado pelo desembargador Cândido Ribeiro.
Sua prisão fez parte de uma decisão tomada há 15 dias pela juíza federal Adverci Rates Mendes de Abreu de determinar a sua deportação por estar em situação irregular no Brasil. De acordo com sua sentença, a condenação de Battisti por crime doloso na Itália impede a concessão de visto pelo governo brasileiro. Membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) nos anos 1970, Battisti foi condenado à prisão perpétua pela Justiça Italiana à revelia, por "terrorismo" e envolvimento em quatro assassinatos. Ele viveu na França e fugiu do país quando teve sua extradição autorizada. Foi para o México e, em seguida, ao Brasil, onde foi preso em 2007. O STF também chegou a autorizar sua extradição, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mantê-lo no país.