As autoridades italianas relembraram os 32 anos do assassinato do juiz Paolo Borsellino que, ao lado de Giovanni Falcone, tornou-se um dos símbolos da luta contra os grupos mafiosos da Itália no início da década de 1990.
O caso é um dos mais marcantes da história judiciária da Itália e foi recordado com uma missa em memória dos mortos na via D’Amelio, rua onde ocorreu o massacre.
Além disso, coroas de flores foram depositadas em um monumento e na Piazza Municipio, em Nápoles, perto da placa sob a árvore da legalidade que comemora o sacrifício pela justiça e pela democracia de Falcone e Borsellino e de todas as vítimas do atentado.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, lembrou “com respeito e emoção” o “dia que marcou profundamente a nossa nação” e destacou que “a coragem e compromisso com a justiça e a legalidade continuam a ser um farol de esperança e determinação para todos nós”.
“É nosso dever honrar a sua memória, continuando a combater todas as formas de crime e defender os valores da justiça e da liberdade pelos quais deram a vida”, acrescentou ela.
Meloni explicou que o governo italiano está “fortemente empenhado na luta contra o crime organizado”, enfatizando que a batalha “contra a máfia é uma prioridade absoluta”.
Já o presidente da Itália, Sergio Mattarella, dedicou seu pensamento a todos os familiares das vítimas do massacre, “para a sua dor infinita, para a dignidade com que, frente à violência desumana da máfia, souberam transmitir o sentido do bem comum e apoiaram a procura da verdade plena sobre as circunstâncias e os instigadores do crime”.
Borsellino e Falcone eram os juízes que faziam uma série de investigações contra a máfia siciliana “Cosa Nostra” e ambos foram assassinados em dois atentados feitos por mafiosos.
No dia 19 de julho de 1992, em Palermo, um Fiat 126 repleto de explosivos foi detonado em frente à casa da mãe de Borsellino, no exato momento em que ele chegava à residência com uma escolta de cinco policiais. Entre as vítimas também estavam Agostino Catalano, Emanuela Loi, Vincenzo Li Muli, Walter Eddie Cosina e Claudio Traina.
O atentado ocorreu quase dois meses depois do Massacre de Capaci, quando a máfia tirou as vidas do também juiz Giovanni Falcone, de sua esposa e de três policiais.