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Itália rejeita possibilidade de realizar bombardeios na Líbia

A Itália rejeitou a possibilidade de realizar bombardeios sobre a Líbia e de armar a população insurgente do país para fragilizar as forças leias ao ditador Muammar Kadafi. 

Segundo fontes do governo italiano, o premier Silvio Berlusconi teria dito, na reunião de hoje do Conselho de Ministros, que o que o país está fazendo na Líbia "está alinhado com a resolução" da Organização das Nações Unidas (ONU), que determinou a zona de exclusão aérea sobre o país. 

Para o primeiro-ministro, "considerada nossa posição geográfica e o nosso passado colonial, não seria compreensível um maior empenho" nas ações militares contra a nação de Kadafi. "Fizemos já o bastante", assinalou Berlusconi, após discutir a questão em uma reunião com os ministros competentes, entre eles o titular das Relações Exteriores, Franco Frattini, e o de Defesa, Ignazio La Russa. 

Atualmente, o papel da Itália tem sido o de conceder suas bases na região Mediterrânea para que os aviões estrangeiros possam agir no território líbio, além de conceder oito aviões para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para realizar reconhecimento e monitoramento. 

Berlusconi atestou que a postura de seu governo "foi compreendida e apreciada pelos aliados", mas representantes da Otan demarcaram ontem que a Itália, assim como Espanha, Holanda e Suécia, poderiam fazer mais para constranger Kadafi. A demarcação da posição italiana foi uma resposta às pressões da França e do Reino Unido, que têm solicitado às potências europeias que engrossem as fileiras na Líbia. 

O chefe de Governo da Itália também negou que seu país possa fornecer armamentos ou equipamentos ofensivos para os rebeldes da Líbia. Segundo ele, seu país fornecerá ao conselho opositor apenas sistemas e tecnologia de comunicação, entre os quais instrumentos de inteligência, radar e comunicações via satélite, para ajudar as comunicações e para identificar lugares ofensivos. 

As declarações do premier italiano foram criticadas pela oposição, que o acusa de esconder a participação da Itália nas incursões da Otan no país de Kadafi. Para o secretário do Partido Socialista Italiano (PSI), Riccardo Nencini, "a rejeição de efetuar bombardeios" é uma postura ambígua, uma vez que o país permanece entre os países da OTAN na ação bélica. 

O líder socialista ainda acusou o governo de Berlusconi de não ter uma linha para a política externa da mesma forma que não tem "para as grandes questões internas". 

Massimo Rossi, porta-voz nacional da Federação da Esquerda da Itáli0,a exigiu que o primeiro-ministro imponha o "retiro imediato" das tropas italianas da missão na Líbia e constranja a ONU a tomar uma decisão sobre o destino deste país e de todo o Mediterrâneo. 

Com esta posição, a Itália é o único país que reconhece o Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, mas que afirma não querer se envolver diretamente com o conflito entre opositores e governistas. Os outros dois países que reconheceram o conselho dos rebeldes são o Catar, que admitiu que está enviando armas à resistência líbia, e a França, que descartou o envio de armas, mas tem bombardeado alvos de Kadafi. (ANSA)

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