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Itália rebaixa PIB de 2019 para 1%

O Governo italiano rebaixou a previsão de crescimento para 2019 para 1% desde os 1,5% iniciais, depois de corrigir seu objetivo de déficit para 2,04% para evitar uma sanção por parte de Bruxelas.

“A piora da situação econômica em nível internacional impõe a necessidade de diminuir a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano para 1%”, informou o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, em um discurso no Senado.

A Itália tinha previsto inicialmente um déficit para 2019 de 2,4% do PIB, uma dívida de 130% e um crescimento de 1,5%; e após a rejeição da Comissão ao plano orçamentário para 2019, retificou o déficit para 2,04% e o PIB para 1%, enquanto Conte não antecipou se a dívida pública seguirá se mantendo no número estimado anteriormente.

O primeiro-ministro da Itália compareceu no Senado depois que a Comissão Europeia (CE) disse hoje que o novo projeto orçamentário italiano para 2019 permite evitar a imposição de sanções a Roma.

Conte reconheceu que o Executivo, que é formado pelo Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a ultradireitista Liga Norte, teve que mudar o quadro macroeconômico para 2019 para evitar sanções que poderiam ter suposto multas entre 0,2% e 0,5% do PIB da Itália (entre 3,4 e 8,6 bilhões de euros, aproximadamente).

“Em 21 de novembro a Comissão formalizou sua decisão de rejeitar da minuta orçamentária italiana. O Governo italiano decidiu então retomar o diálogo (com Bruxelas) para não comprometer o processo de reformas que quer iniciar no país já com estes Orçamentos”, ressaltou.

Conte insistiu que o Governo italiano manteve “os compromissos” assumidos com os eleitores nas eleições de março e disse que Roma não cedeu “sobre os conteúdos” diante de Bruxelas, mas simplesmente modificou os números.

Para cumprir com este ajuste, a Itália teve que cortar 4 bilhões de euros nos Orçamentos e as duas promessas fundamentais, o subsídio para desempregados, cavalo de batalha do M5S, e a reforma do sistema de previdência, medida da Liga, serão financiadas com 2 bilhões de euros menos do calculado anteriormente.

Conte disse que esta diminuição não é consequência que a Itália tenha cedido diante de Bruxelas, mas fruto de uma análise técnica posterior que evidenciou que não era necessária essa soma tão elevada.

“O exame técnico-financeiro das últimas semanas revelaram que as quantidades necessárias para financiar estas medidas eram menores às que inicialmente tinham sido programadas”, argumentou.

Finalmente, Conte confirmou que o Governo italiano vigiará “de maneira rigorosa” e constantemente os efeitos dos Orçamento Geral nas contas públicas.

O Orçamento Geral italiano está atualmente no Senado, onde tem que ser aprovado com as modificações agora realizadas, já que o documento que foi votado na Câmara dos Deputados no começo do mês não continha os novos números.

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