O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, apresentou uma proposta para a criação de um grupo de trabalho contra a organização terrorista Estado Islâmico (EI) na África em reunião realizada em Roma.
O encontro contou com a presença de representantes de vários países que fazem parte dacoalizão que luta contra o grupo jihadista desde 2014 na Síria e no Iraque.
“A ameaça do EI é particularmente alarmante no continente africano, especificamente no Sahel, mas também em áreas da África Oriental, como o norte de Moçambique. Por esse motivo, com o apoio dos Estados Unidos e de muitos outros parceiros, propus a instituição de um grupo de trabalho dedicado à África, que possa identificar e parar as ameaças terroristas ligadas ao EI existentes no continente colocando em prática medidas de resposta específicas a serem definidas com os parceiros locais”, disse Di Maio em coletiva de imprensa.
Ainda conforme o chanceler italiano, o “EI foi derrotado em sua dimensão territorial, mas não foi erradicado” e isso é um motivo para manter a atenção elevada contra os jihadistas. Di Maio ainda afirmou que seu país manterá mais de 800 unidades entre o Iraque e o Kuwait e continuará a manter seu efetivo no território iraquiano para “ajudar o governo local a enfrentar a ameaça com autonomia”.
Outro ponto destacado por Di Maio é que os países aliados precisam “ter uma ação coerente e global para combater as fontes de financiamento da organização terrorista em suas áreas de operação tradicional, mas também em outras partes do globo”.
Por sua vez, o secretário norte-americano de Estado, Antony Blinken, que copresidiu o encontro, destacou que a coalizão contra o EI “teve resultados significativos porque sempre trabalhou de maneira conjunta”.
Sobre a proposta italiana de um grupo de trabalho na África, Blinken destacou que o governo de Joe Biden “apoia fortemente a iniciativa” e que ela tem uma “importância particular” para derrotar o EI de maneira definitiva.
Outro pedido do norte-americano foi que os países repatriem e julguem os jihadistas que estão sendo mantidos em presídios na Síria. Segundo os EUA, há cerca de 10 mil combatentes – ou supostos combatentes – que são ligados ao EI e estão no norte sírio.
“É uma situação insustentável que não pode continuar indefinidamente. Os EUA apelam aos aliados da coalizão para que repatriem, ou reabilitem essas pessoas e, se for o caso, processem seus cidadãos”, afirmou na coletiva.
Atualmente, a Itália é uma das poucas nações europeias que estão fazendo esse procedimento, julgando e condenando os seus cidadãos que foram presos na Síria por terrorismo. O último deles ocorreu em 11 de maio, quando Alice Brignoli, casada com um militante marroquino, foi condenada a quatro anos de prisão em Milão.