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NOVA VARIANTE “ÔMICRON”: Itália proíbe viajantes de sete países do sul da África

A Itália proibiu a entrada de viajantes provenientes de sete países do sul da África devido ao surgimento de uma nova variante do coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, batizada pela OMS de ômicron.

De acordo com o despacho assinado pelo ministro da Saúde, Roberto Speranza, quem tiver transitado por África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Moçambique, Namíbia e Zimbábue nos 14 dias anteriores à chegada na Itália não poderá entrar no país.

“Nossos cientistas estão trabalhando para estudar a nova variante B.1.1.529. Enquanto isso, vamos nos manter no caminho da máxima precaução”, escreveu Speranza no Facebook.

Essa variante surgiu em uma região com baixíssimos índices de vacinação contra a Covid-19 devido à distribuição desigual de imunizantes pelo mundo.

Enquanto a Itália, por exemplo, tem 73% de sua população totalmente vacinada, em Lesoto, que lidera o ranking entre os sete países afetados pelo bloqueio, esse índice é de 27%, segundo o portal Our World in Data.

Em seguida aparecem África do Sul (24%), Eswatini (21%), Botsuana (20%), Zimbábue (18%), Namíbia (11%) e Moçambique (11%). A variante B.1.1.529 possui dezenas de mutações na proteína Spike, espécie de coroa de espinhos que reveste o Sars-CoV-2 e é usada pelo vírus para atacar as células humanas.

Como a maior parte das vacinas disponíveis se baseia nessa proteína, existe o temor de que a variante também possa escapar dos anticorpos gerados pelos imunizantes.

Em seu perfil no Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que vai propor a suspensão dos voos provenientes do sul do continente africano, medida já adotada por Israel, que detectou seu primeiro caso em um cidadão recém-chegado do Malauí, e pelo Reino Unido.

Ao longo dos últimos meses, cientistas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e até o papa Francisco alertaram que a pandemia não acabaria enquanto todo o planeta não estivesse vacinado.

Ainda assim, a imunização segue em ritmos desiguais ao redor do mundo. Na União Europeia, 67% da população está totalmente vacinada, índice que é de 56% na América do Sul, de 48% na Ásia e de apenas 7% na África.

“Uma variante desse vírus é o nacionalismo fechado, que impede, por exemplo, um internacionalismo das vacinas. Outra variante é quando colocamos as leis de mercado ou de propriedade intelectual acima das leis do amor e da saúde da humanidade”, disse o Papa em maio passado.

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