
A Itália prendeu três pessoas envolvidas na trágica queda de uma cabine do teleférico de Stresa, localizado na região do Piemonte e que causou a morte de 14 pessoas.
Entre os detidos, está Luigi Nerini, gestor da empresa Ferrovia do Mottarone, que tinha a administração do teleférico, e o engenheiro Enrico Perocchio.
A Procuradoria de Verbânia descobriu durante as investigações que o freio de emergência, chamado de “garfo”e que fica na cabine, não foi ativado propositalmente para evitar que toda a estrutura do teleférico ficasse paralisada por muito tempo.
As procuradoras Olimpia Bossi e Laura Carrera e o comandante provincial da Arma dos Carabineiros de Verbânia, tenente coronel Alberto Cicognani, informaram que os três detidos confirmaram a ação deliberada e disseram que o equipamento estava com problema há cerca de um mês e meio.
“Havia um mal funcionamento no teleférico, foi chamada a manutenção, que não resolveu o problema ou o resolveu em parte. Para evitar novas interrupções do serviço, eles escolheram não ativar o ‘garfo’, o que impediu que o freio de emergência entrasse em funcionamento”, disse Cicognani à “RAI Tre”.
Como o sistema de freios de emergência não foi ativado no momento em que um dos cabos da estrutura se rompeu, a cabine acabou descendo a mais de 100km/h e, ao chegar no primeiro poste que segurava a estrutura, foi lançada ao ar por 54 metros, caindo próxima a um bosque após rolar no chão por alguns metros.
As investigações ainda constataram que o freio que ficava dentro da cabine foi adulterado. Bossi explicou que o “garfo”, ou seja o distribuidor que mantém as sapatas do freio em uma distância que conseguem frear o cabo de transporte em caso de alguma quebra, “não foi removido e ativado”.
Bossi ainda afirmou que o “desenvolvimento da investigação” chegou em um ponto “muito grave e inquietante” e que agora os demais funcionários do teleférico serão investigados para saber quem mais sabia de um problema tão grave.
O chefe da Secretaria Nacional para os Entes Locais, Francesco Boccia, afirmou que “se as hipóteses da Procuradoria forem verdadeiras, nós estaremos perante a um caso gravíssimo, deplorável e imperdoável”.
“A segurança nunca pode ser considerada um custo pesado, uma perda de tempo ou uma chatice burocrática que atrapalha o negócio. Sem segurança não há negócios e, quem não aceita isso, não merece ter uma empresa”, acrescentou.