O presidente do Comitê Parlamentar para Segurança da República (Copasir), Adolfo Urso (FdI), confirmou que o grupo está trabalhando para evitar uma ingerência, especialmente da Rússia, nas eleições marcadas para o próximo dia 25 de setembro na Itália.
“Nós estamos trabalhando nisso. Está ocorrendo uma guerra de desinformação, manipulação propaganda que não é só da Rússia, mas que a Rússia pratica especificamente nas relações com o Ocidente há ao menos uma década para condicionar nossas democracias e realizar os seus objetivos de potência hegemônica”, disse Urso durante um evento em Lodi.
Segundo o político, o país é “um dos principais alvos” para espionagem internacional “porque somos um país fronteira, mas também como uma dobradiça em relação às informações”. Para Urso, todos devem estar “conscientes” dessas operações e entender que “são vários os instrumentos utilizados pela Rússia e não só por eles”.
Por conta da queda do governo de Mario Draghi, muitos políticos italianos acusaram os partidos que se abstiveram da votação de confiança no Senado – Movimento 5 Estrelas, Liga e Força Itália – de estarem “ajudando” Moscou.
Agora, com as eleições, as pesquisas apontam que o primeiro colocado nas intenções de voto é a sigla de extrema-direita Irmãos da Itália (FdI), partido do qual Urso faz parte, também acusado de ter ligações com o governo de Vladimir Putin.
No entanto, Urso afirmou que a legenda “foi uma das forças políticas que mais afirmou que a Itália deveria se unir aos parceiros europeus e atlânticos, com o povo ucraniano e contra a Rússia” e que por isso, em caso de vitória do FdI, são os “russos que devem temer”.
O presidente do Copasir ainda afirmou que, caso as pesquisas sejam confirmadas e o centro-esquerda Partido Democrático (PD) fique na segunda posição e, consequentemente, na oposição a um governo do FdI, “ele tenha a mesma coerência” atual de “ficar com os aliados para proteger a Ucrânia no enfrentamento da invasão russa”.
Conforme as últimas pesquisas de opinião dos principais veículos italianos, o FdI aparece na primeira posição, com percentuais entre 22,8% e 23,8%. O PD varia entre 22% e 22,9%. O terceiro colocado é a Liga, com 14% a 15,1%, seguido pelo M5S (9,5% a 10,8%) e FI (7,4% e 10,1%)