O governo italiano determinou que a vacinação contra o novo coronavírus Sars-CoV-2 será obrigatória para todos os profissionais de saúde.
A medida foi aprovada pelo Conselho de Ministros e prevê a obrigatoriedade de imunização de médicos, enfermeiros, agentes sociais e de saúde, funcionários de residências sanitárias assistenciais (RSA) e de consultórios particulares, ou seja, todos que exerçam sua atividade em saúde pública e privada e estruturas sociais, incluindo farmácias.
“O objetivo da medida é proteger o máximo possível o pessoal médico e paramédico e aqueles em ambientes mais expostos ao risco de contágio”, segundo fontes do governo.
De acordo com o novo decreto, o trabalhador que se recusar a ser vacinado poderá ser realocado para outras funções que não tenham riscos de propagação da infecção, caso seja possível, ou sofrerá sanções como o congelamento de seu salário por um determinado período de tempo.
A punição, porém, só será revogada em caso de vacinação em massa ou diminuição significativa da propagação do vírus.
A Itália enfrenta um movimento contra vacinação e a recente descoberta de grupos em hospitais depois que uma equipe se recusou a receber o imunizante anti-Covid gerou protestos no país. Além disso, diversos críticos do governo têm questionado a legalidade de forçar apenas algumas categorias de trabalhadores a tomar a vacina.
A determinação, potencialmente polêmica, provocou também incômodo na Federação das Ordens dos Médicos (Fnomceo). “A proteção é incompleta e as penas são insuficientes para os profissionais, que trabalharam num contexto extraordinário. As regras sobre a obrigação de vacinar também não são muito eficazes”, afirmou o presidente Filippo Anelli.
Segundo o líder da Fnomceo, a aprovação do decreto provoca “um pouco de decepção”. O novo decreto ainda introduz proteção legal para os profissionais que administram as vacinas, uma medida exigida por médicos e enfermeiras após especialistas serem investigados por homicídio culposo depois da morte de um italiano vacinado na Sicília. (