
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que a Itália está seguindo uma “direção errada” no campo econômico e arrisca ser denunciada por violação das normais fiscais do bloco.
O país está na mira de Bruxelas porque, segundo previsões do próprio governo, não conseguirá cumprir sua meta de déficit fiscal em 2019, 2,04% do Produto Interno Bruto, o que deve pressionar sua dívida pública, que é a segunda maior da zona do euro, superior a 130% do PIB.
“Acreditamos que a Itália está se movendo em uma direção errada, então precisamos tomar decisões relevantes neste campo. Acho que a Itália arrisca estar sob procedimento de infração nos próximos anos”, afirmou Juncker, em entrevista ao site Politico.
O presidente da Comissão Europeia, no entanto, disse que o país ainda não é uma “ameaça” para a estabilidade financeira da UE. “Não quero humilhar a República Italiana com declarações públicas, porque tenho o maior respeito por diversas razões, mas acreditamos que ela está em uma direção errada”, acrescentou.
Em coletiva de imprensa em Roma, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, disse que tem uma relação “muito cordial” com o presidente da Comissão Europeia. “Ao amigo Juncker, quando ele diz que erramos de caminho, respondo que ele errou sobre a Grécia. Antes de nos criticar, me deixe dialogar e atualizá-lo sobre as contas”, declarou.
O governo italiano alegará em Bruxelas que há sinais de retomada econômica e que o déficit voltará para a meta nos próximos meses, embora as projeções para o país venham piorando constantemente. A expectativa do mercado é que o PIB da Itália fique quase estagnado em 2019, e há temores também quanto à saúde bancária do país e ao crescimento da dívida pública.