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Itália e Vaticano condenam ataque contra hospital infantil na Ucrânia

Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas após um ataque aéreo russo contra um hospital com maternidade e enfermarias pediátricas em Mariupol, no sudeste da Ucrânia.

A informação foi confirmada pelo governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, que relatou que entre os feridos há mulheres em trabalho de parto. Para ele, o bombardeio violou o cessarfogo para a criação de corredores humanitários, segundo o jornal “The Guardian”.

O prédio da instituição médica teria sido completamente destruído, conforme imagens publicadas pela Câmara Municipal em redes sociais.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como uma “atrocidade” em seu canal no Telegram. “Pessoas, crianças, estão sob os escombros. É uma atrocidade!”, disse o líder ucraniano, reforçando o pedido para o fechamento do espaço aéreo do país.

Zelensky ainda voltou a criticar a demora da comunidade internacional para uma resposta efetiva contra a guerra iniciada pelo governo de Vladimir Putin em 24 de fevereiro.

A situação na cidade portuária às margens do Mar de Azov está cada vez mais crítica, principalmente porque o território está cercado por tropas russas desde o início da semana passada, e as autoridades locais afirmam que a população de 450 mil habitantes está sem água potável, energia elétrica e aquecimento.

Até agora, pelo menos 1.170 civis morreram em Mariupol, sendo que 47 pessoas foram enterradas em uma vala comum, de acordo com uma agência de informação da Ucrânia, citando dados do vice-prefeito da cidade, Serhiy Orlov.

“A Rússia continua mantendo mais de 400 mil pessoas em Mariupol, bloqueia a ajuda humanitária e a evacuação. Os bombardeios indiscriminados continuam. Quase 3 mil bebês carecem de remédios e alimentos.

Convido o mundo a agir!”, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pedindo para a “Rússia parar sua guerra bárbara contra civis e crianças”.

Em meio ao avanço das tropas, o prefeito de Kiev, Vitalii Klitschko, também disse que a capital ucraniana só pode durar “uma semana” se as forças de Moscou a cercarem.

Em entrevista à CNN, Klitschko ressaltou que os recursos da cidade só podem ser suficientes para sete dias.

“Precisamos dos jatos agora, ajudem-nos”, apelou o prefeito, se referindo à possibilidade de a Polônia enviar aviões Migs para a Ucrânia.”Kiev é um alvo de Moscou”, concluiu.

Reações:

Após o ataque ao hospital, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, condenou o bombardeio russo e pediu novamente “uma mesa de negociações para uma trégua humanitária que garanta a abertura de sérios corredores”.

“Restaram apenas escombros do hospital de Mariupol: os mísseis russos destruíram a maternidade e a pediatria. As autoridades ucranianas falam de feridos e vítimas, principalmente crianças e mulheres”, disse.

De acordo com o chanceler italiano, “um lugar de esperança, onde a vida nasce, tornou-se um lugar de morte”. “É impiedoso. Mais uma vez um alvo não militar é atingido. A guerra de Putin deve parar”, apelou ele, alertando a necessidade de “uma trégua de 48/72 horas “ para permitir que os cidadãos ucranianos deixem o país.

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, chamou “de inaceitável” o ataque russo contra um hospital infantil em Mariupol, na Ucrânia.

À margem de uma coletiva em Roma, o religioso comentou os crimes de guerra e renovou seu apelo por um cessar-fogo e “corredores humanitários” seguros.

Já o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que há poucas coisas mais depravadas do que atacar pessoas vulneráveis e indefesas.

“O Reino Unido está avaliando mais apoio à Ucrânia para se defender contra ataques aéreos e vamos responsabilizar Putin por seus crimes terríveis.”

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