O governo da Itália afirmou que as críticas à política de juros do Banco Central Europeu (BCE) são legítimas, embora tenha ressaltado que respeita a independência da instituição.
A premiê Giorgia Meloni declarou que os seguidos aumentos dos juros pelo BCE podem ser até mais prejudiciais do que a inflação que o aperto monetário visa combater.
“Temos grande respeito pelo BCE e reiteremos sua independência, mas é lícito fazer observações”, disse o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani.
“Eu critiquei algumas escolhas feitas na luta contra a inflação, que nasce do custo das matérias primas, mas nós acreditamos no BCE e na Comissão Europeia. Somos europeístas, mas temos o direito de participar do debate”, acrescentou.
Meloni também foi questionada nesta quinta sobre suas críticas, mas respondeu apenas que já disse o que pensa a respeito do assunto.
O BCE já vem de oito aumentos seguidos em suas taxas de juros, que estão no patamar mais alto desde a crise de 2008, mas ainda não foi suficiente para devolver a inflação à meta de 2% ao ano.
Por conta disso, a instituição deve promover um novo aperto monetário em julho.
Os juros do BCE estão atualmente entre 3,50% e 4,25% ao ano.