A Itália está disposta em alargar a sua cooperação com Angola para o sector da agricultura e criação de gado (bovinos, caprinos e suínos), pelo facto do território angolano apresentar potencialidades para o efeito, disse, em Luanda, o embaixador Torquato Cardilli.
O diplomata italiano, que falava em entrevista exclusiva à Angop, salientou que Angola tem uma extensão territorial quatro vezes superior a da Itália, uma população quatro vezes inferior a do seu país, mas tem uma capacidade (potencial) produtiva agrícola para 100 milhões de habitantes.
Ao argumentar a sua afirmação, Torquato Cardilli observou que Angola é um país rico em recursos hídricos, e em variação climática, daí ter todas as condições para poder produzir produtos horto-frutícolas, assim como desenvolver uma agricultura extensiva volta para o consumo interno e exportações.
Para o embaixador, a par dos investimentos que são feitos no sector mineral, deve-se apostar mais no sector agro-pecuário, porque quando se investe na agricultura a prosperidade do país fica assegurada.
Entretanto, disse que Angola carece de animais, mas há condições para a criação de 100 milhões de cabeças de gado (bovinos, caprinos e suínos). Neste domínio, garantiu o embaixador, a Itália está disposta a cooperar e transmitir a sua experiência para Angola.
Segundo o diplomata italiano, a criação de animais a grande escala poderá oferecer carne fresca e enlatada, leite, queijo e outros derivativos, para o consumo interno e para exportação.
Por outro lado, o diplomata entende que Angola não deve ficar muito dependente do petróleo, devendo optar por fontes de energia renováveis e mais limpas (com recurso a barragens hidroelectricas, a energia solar).
Torquato Cardilli observou haver ainda muitas áreas para o intercâmbio, pois as grandes potencialidades do país, os níveis actuais das relações comerciais e o crescimento económico atingido nestes seis anos de paz efectiva, demonstram essa necessidade do incremento da cooperação bilateral.
De acordo com o embaixador da Itália em Angola, em mais de 30 anos de cooperação político-económica vários instrumentos jurídicos foram assinados entre os dois estados, com destaque para o acordo de protecção e promoção recíproca de investimentos entre os dois países, faltando apenas a sua aplicação efectiva.
“Nestas três décadas de cooperação, a Itália sempre procurou ser um país amigo e generoso”- disse o embaixador Torquato Cardilli.